O presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Mato Grosso, desembargador Carlos Alberto da Rocha, criticou a ausência de partidos políticos na cerimônia de lacre das urnas eletrônicas nesta quarta-feira (21).
Segundo o desembargador, não há lógica em questionar a segurança do equipamento quando os políticos não se interessam em participar dos eventos que atestam a transparência das urnas.
“Foram 16 cerimônias sem nenhum partido, nenhum. E aí eu falo: a pessoa não vem nem ver. Como quer falar da urna?”, afirmou.
“Não vem ninguém ver, ninguém está aqui e aí falam da urna. Mas você foi lá ver? Você receberia toda a explicação do mundo, porque está aí, está o técnico, todo mundo explicando”, acrescentou.
O secretário de tecnologia do TRE, Carlos Henrique Cândido, explicou que para a cerimônia do lacre, onde foram transferidos os dados para as urnas, houve um edital lançado previamente e o calendário publicado um mês antes, mas mesmo assim não houve presença dos partidos.
O presidente ainda afirmou que as siglas estiveram em apenas seis reuniões, representados por advogados e contadores, para esclarecer dúvidas sobre prestação de contas e propaganda eleitoral. No entanto, não houve interesse nas outras pautas abordadas pelo TRE.
Devido às críticas feitas ao sistema de apuração de votos, que vem sendo colocado em xeque em âmbito nacional, o desembargador afirmou se sentir “chateado” com a situação. Ele também reforçou a garantia de segurança da urna eletrônica.
“Ficamos chateados com essas críticas, porque vem crítica de quem não vê ou, às vezes, daqueles malucos que têm lado político. Eu sempre digo o seguinte: eu nunca vi nenhuma fraude de qualquer aparelho que é ligado na energia elétrica”, disse, referindo-se ao fato de que a urna não é ligada à internet.