Escrevi uma crônica sobre partidas de futebol antes da realização dos jogos.
Seus resultados ficaram longe daquilo que escrevi com os favoritos decepcionando, e me convenci que em futebol camisa não pesa tanto.
Quando o jogo não vale nada, até podemos acreditar nas “surpresas do futebol”, mas quando o jogo significa classificação para as finais de um campeonato, a coisa toda muda.
Aí até o fator campo pouco influi, e o melhor exemplo é o da seleção brasileira de futebol masculino, cinco vezes campeão em países estrangeiros.
Leia Também:
– Chuva em Cuiabá: a chuva é gostosa sempre!
– Professora Oló: relíquia mato-grossense
– De cultura da bajulação ao poder
– Professora Oló: relíquia mato-grossense
As duas vezes que sediamos o campeonato mundial, embora fossemos franco favoritos, fomos derrotados para os uruguaios em 1950 no Maracanã com 200 mil torcedores por 2×1!
Em 2014 a derrota vergonhosa foi no Mineirão para os alemães pelo humilhante placar de 7X1!
Outra balela em futebol é que não existe time fraco.
Existe sim, e podemos citar o Cuiabá, Avaí, Juventude, Atlético Goianiense, Curitiba e o Botafogo de Futebol e Regatas entre outros.
Em um campeonato longo, por pontos corridos, alguns times grandes apresentam altos e baixos em suas campanhas, podendo em determinado momento o líder perder para o clube lanterninha da competição.
Isso dá a falsa impressão que futebol é um jogo de onze contra onze, o que é uma falácia, pois o que pesa é a qualidade técnica dos seus jogadores.
Os técnicos portugueses parecem que descobriram o Brasil para ensinar seus jogadores a jogarem futebol.
Outro erro é seguir esse raciocínio singular.
Tivemos o fenômeno (!) Jorge Jesus em 2019 no Flamengo, onde ganhou o Campeonato Brasileiro e a Libertadores.
Perdeu a Copa do Brasil para o Atlético Paranaense e o título Mundial para o Liverpool.
Jorge Jesus nunca treinou a seleção portuguesa, e não deu certo no Benfica.
Arrumou emprego num time da Turquia, que não disputa campeonato de alto nível na Europa.
Destruiu o futebol do Cebolinha no Benfica, tirando-o da seleção brasileira, fazendo-o reserva do time do Flamengo.
Pediu como reforço para o seu time da Turquia o veterano Willian Arão, reserva do Flamengo.
Dos quatro técnicos portugueses treinando times brasileiros do Campeonato Série A dois são de times grandes – Palmeiras e Corinthians, e falam muitas besteiras.
Os outros, de times que lutam pelo rebaixamento, – Botafogo, cujo dono é um milionário americano, e o Cuiabá, cujos donos são empresários de “mãos fechadas” do agronegócio.
O Cuiabá é um time de jogadores veteranos e até aposentados, caminhando para o rebaixamento.
O português do Palmeiras possui um elenco riquíssimo de craques.
Já ganhou duas Libertadores e, este ano foi eliminado pelo time do São Paulo da Copa Brasil e, está emagrecendo no returno do brasileirão A.
O do Corinthians já foi eliminado da Libertadores.
Para ganhar a Copa Brasil terá que vencer o Fluminense e provavelmente o Flamengo, este dirigido por um veterano técnico brasileiro quase aposentado, com currículo fraco que substituiu o segundo português que estava afundando o Urubu.
Foram retirados das geladeiras, técnicos que foram convocados diante do fracasso dos técnicos estrangeiros como o Felipão, Mano Menezes, Cuca, faltando o Wanderley Luxemburgo.
Renato Gaúcho está na segunda divisão como técnico do Grêmio, substituindo um gaúcho.
Assim funciona o futebol para quem está nas arquibancadas.
*GABRIEL NOVIS NEVES é medico e professor aposentado em Cuiabá. Reitor e fundador da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Foi secretário de Estado de Educação e de Saúde. Titular do blogue BAR DO BUGRE.
CONTATO: www.facebook.com/gabriel.novisneves
SITE: https://bar-do-bugre.blogspot.com/