A educação em tempo integral é uma forma eficiente de garantir a formação e desenvolvimento da criança e do adolescente em todas as áreas – intelectual, física, emocional, social e cultural, além de auxiliar na socialização. Essa modalidade permite uma maior variedade de atividades extracurriculares, que complementam o conhecimento, aperfeiçoam habilidades e servem como motivação.
Um outro ponto que precisa ser levado em consideração é a questão da saúde mental dos jovens, ainda mais depois deste período de pandemia. Em 2021, um estudo realizado pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), mostrou que 36% desse público no Brasil apresentou sintomas de depressão e ansiedade durante esse período. O levantamento foi realizado com cerca de 6.000 pessoas na faixa etária de 5 a 17 anos.
Este é um problema muito sério e que envolve a saúde pública não somente no país, mas no mundo todo. E, portanto, deve ser enfrentado pela sociedade civil e pelo Estado, com a abordagem de questões que devem ser levadas em consideração de forma conjunta com a temática, como emprego, novas tecnologias, e claro, formulação e implementação de políticas públicas de ensino no cenário pós-pandemia.
Um outro ponto que precisa ser levado em consideração é a questão da saúde mental dos jovens
E quando falamos em saúde mental, uma das principais políticas públicas que devem ser analisadas é justamente a educação em tempo integral. Durante a permanência dos alunos na escola, além de receberem as refeições diárias e preencherem a grade curricular, eles têm atividades extracurriculares como música, artes, esporte, tecnologia e robótica, dentre inúmeras outras de interesse da comunidade escolar.
Com base nessas perspectivas, no período em que atuei como secretário de Estado de Educação, entregamos quarenta escolas integrais, por meio do “Escola Plena”. Esse projeto justamente leva em consideração a integralidade do ser humano. A criação destas unidades ocorreu via programa Pró-Escolas/Esporte e Lazer e tem contribuído para a melhoria da qualidade nesta área em Mato Grosso.
Apesar dos avanços, ainda há muito o que fazer e vários desafios a superar, principalmente na área estrutural escolar, para que possamos progredir cada vez mais. E por isso que tenho defendido a ideia de Escola Plena Tecnológica. Aqui, além da grade curricular, haveria uma qualificação técnica para o mercado de trabalho combinado com o auxílio de R$ 600 para que o estudante pudesse se dedicar aos estudos.
Porque sabemos que um dos grandes problemas atuais é a evasão escolar. Pois algumas famílias precisam que seus filhos trabalhem para auxiliar a complementar a renda e, assim, os jovens acabam saindo da escola ou não têm a oportunidade de estudar em período integral. Mas com o auxílio esse problema seria equacionado. E além da qualificação para o mercado de trabalho, há ainda a oportunidade de renda extra.
Quem tem um familiar com o diagnóstico de algum transtorno mental, por exemplo, sabe como é delicado o processo de tratamento, de aprendizagem e de convívio social. É uma luta diária e requer, além de acompanhamento médico e psicológico, muito zelo e acolhimento por parte de todos ao seu redor. Por isso precisamos de pessoas preparadas e de políticas efetivas de atenção como essas, que tenham cuidado e prevenção.
Muitas famílias, inclusive, encontram esse amparo nas escolas, justamente por contarem com profissionais de várias áreas preparados para lidar com os desafios da sociedade atual. Por isso, investir no ensino é a certeza de jovens preparados para o futuro, mais qualificação e isto irá refletir também na economia, na saúde e em várias outras áreas em que teremos profissionais mais capacitados.
*MARCO AURÉLIO MARRAFON é professor e advogado; foi secretário de Estado de Educação e é candidato a deputado federal por Mato Grosso
CONTATO: www.facebook.com/marrafon2323