Mato Grosso está liderando o ranking de estados que mais contêm focos de incêndio de janeiro até setembro no Brasil, registrando 615.812 focos de calor em todos os biomas, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Já no mês de setembro, o Estado aparece em segundo lugar, ficando atrás apenas do Pará. Somente nos primeiros nove dias do mês, Mato Grosso já registrou 5.252 focos. O número é 358% maior do que o total detectado no mesmo período de 2021, quando foram registrados 1.146 incêndios. Já no acumulado deste ano, até sexta-feira (9), o Estado já registrava 21.710 focos de incêndio.

O Inpe emitiu alerta em Mato Grosso para situação crítica no estado com “risco de fogo” para o mês inteiro de setembro.

De acordo com o Instituto Centro de Vida (ICV), 83% das ocorrências estão no bioma amazônico do Estado, seguido do Cerrado, com 16%. Inclusive, durante toda a semana, os mato-grossenses têm relatado cidades encobertas por nuvens de fumaça, causando dificuldade na respiração.

“Toda a fumaça que está cobrindo boa parte de Mato Grosso e também da Amazônia brasileira é um resultado de uma série de incêndios que estão ocorrendo nas regiões, conforme mostram os dados do Inpe. Estamos em um cenário bastante grave. No estado de Mato Grosso, lideram esse ranking de focos de calor os municípios de Colniza, Apiacás, Aripuanã, Nova Bandeirantes, Peixoto de Azevedo e Juara”, explicou o coordenador do Núcleo de Inteligência Territorial do (ICV), Vinícius Silgueiro.

Entre as cidades do país que mais contêm focos de calor, Colniza (a 1.065 km de Cuiabá) aparece em 6º na lista nacional, com 2.348 registros de incêndio de 1º a 7 de setembro, sendo mais da metade registrado em todo o Estado, com 52,4%. O maior número registrado pelo Inpe foi no dia 3 de setembro, com 221 pontos simultâneos.

Outras seis cidades de Mato Grosso estão na lista das 30 que mais contêm focos no cenário nacional. São elas Aripuanã, Peixoto de Azevedo, Apiacás, Nova Bandeirantes, Juara e Marcelândia.

Vinícius comentou que a maior parte das áreas que têm pegado fogo corresponde a regiões que recentemente foram desmatadas, sendo 54%, ou seja, mais da metade dos focos de calor em todo o Estado.

“É necessário aumentar os esforços de fiscalização pra que a sensação de impunidade não seja maior, visto que estamos no período proibitivo de uso do fogo desde 1º de julho em Mato Grosso. Essas ações têm que ser coibidas para que, nos anos seguintes, não vejamos e não vivenciamos mais um cenário tão crítico e tão assustador desses incêndios, de fumaça, que prejudica toda nossa saúde, a biodiversidade, o meio ambiente e até a própria economia do Estado”, disse o coordenador.

Fonte: HIPERNOTICIAS