Alvo de um inquérito por supostos atos antidemocráticos, o produtor rural Antônio Galvan (PTB), candidato ao Senado, criticou membros Supremo Tribunal Federal (STF). Para ele, os membros da Corte “desrespeitam a Constituição”.
Galvan entrou na mira do Supremo no ano passado, quando políticos passaram a ser investigados por organização de atos antidemocráticos nas comemorações do 7 de Setembro.
Em entrevista à rádio Centro América FM, o candidato, além de negar as acusações, disse que seu caso é um das provas de como STF age “de forma irregular”.
“Não sou contra o STF, que é uma instituição, e sim contra os membros que estão lá dentro e que desrespeitam a Constituição, que infringem os direitos”, afirmou.
“Um caso muito explicito é que me jogaram dentro de um inquérito que não tem mais fim. Infelizmente, não se termina. Em uma acusação completamente infundada”, acrescentou.
À época do caso, o produtor teria participado de uma reunião em que o cantor Sérgio Reis defendeu o afastamento dos ministros pelo Senado Federal.
No áudio, o cantor disse que “se em 30 dias não tirarem os caras nós vamos invadir, quebrar tudo e tirar os caras na marra”.
Galvan negou que tenha falado em depredação, invasão ou qualquer ato neste sentido. Ele afirmou que defendeu o cumprimento da Constituição.
Atualmente na PGR (Procuradoria-Geral da República), a apuração segue sem conclusão em inquérito que tramita sob sigilo no STF. O relator é o ministro Alexandre de Moraes.
“A única coisa que falei, continuo falando e falarei [caso] eleito senador, é justamente que todos os Poderes se enquadrem dentro do que a Constituição dá de direito. E a Constituição não dá direito a certos elementos do STF usarem aquele Poder para abusarem dele”, afirmou.
Concurso para ministro
Ao defender mudanças no STF, o candidato ainda afirmou que os ministros devem ser escolhidos por concursos públicos, não mais por indicação política. Para, segundo ele, não haver erro de julgamento.
Empresários investigados
Galvan também criticou a ação contra os empresários bolsonaristas que estão sendo investigados por suposta ameaça de “golpe de Estado” caso o ex-presidente Lula (PT) vença a eleição de outubro.
Os alvos foram Luciano Hang, da Havan; Ivan Wrobel, Construtora W3; André Tissot, Grupo Sierra; Marco Aurélio Raimunfo, Mormai; Afrânio Barreira, Grupo Coco Bambu; José Isaac Peres, Rede de shoppings Multiplan; Meyer Nigri, Tecnisa e José Koury, Barra World Shopping.
Para Galvan, o grupo está sofrendo com a restrição de direitos e liberdade apenas por apoiarem a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Simplesmente porque empresários apoiam o presidente e fizeram outra operação como foi aquela uma que me inseriram, agora com empresários que são declaradamente apoiadores do Bolsonaro e eu não vi fazer uma ação com enormes empresas que apoiam o outro candidato [Lula]”, disse.
Fonte: MidiaNews