O deputado estadual Max Russi (PSB), primeiro secretário da Assembleia, criticou o projeto de lei que autoriza a caça de animais silvestres em Mato Grosso.

A medida, apresentada pelo deputado estadual Gilberto Cattani (PL), gerou repercussão nacional e ganhou até um abaixo-assinado contrário.

Após as críticas, o projeto foi retirado de pauta, na tarde desta terça-feira (16), durante a reunião da Comissão de Meio Ambiente da Casa. A decisão foi tomada após o parlamentar perceber que o projeto teria um parecer negativo entre os deputados.

“Sou contra esse projeto. Sou defensor da natureza, do meio ambiente. Gosto de pescar defendo o pesca e solte, mas sobre a caça de animal silvestre, o deputado Max é contrário”, resumiu o parlamentar durante conversa com a imprensa, na última semana.

A pauta polêmica ganhou repercussão nas redes sociais e chegou até ativista da causa animal Luisa Mell, que condenou o projeto.

“Que esporte? Vocês matam porque são cruéis”, disse a ativista ao pedir para que o projeto não seja aprovado.

Já o abaixo-assinado acumulou mais de duas mil assinaturas.

“A caça é ato cruel com os animais e contribui para a extinção de espécies, inexistindo justificativa que sustente a possibilidade de tirar a vida de um animal por esporte ou lazer”, diz trecho da petição.

Agora, Cattani apresentará proposta para que seja realizada uma audiência pública na próxima terça-feira (23) para debater o assunto com a sociedade.

 

O texto

O projeto de lei, apresentado em janeiro desse ano, permite o “exercício da caça esportiva de animais, compreendido em atos de perseguição, apanha e abate dos animais”.

Os objetivos da caça esportiva, apontados no PL, são o fomento para a prática do esporte; o aumento da interação entre homem e natureza; o controle populacional de espécies consideradas ameaças ao meio ambiente, agricultura e saúde pública; o incentivo à conservação e manutenção dos habitats; bem como a conservação de espécies ameaçadas de extinção.

Assim, Catanni argumenta que Mato Grosso pode ser beneficiado com a aprovação da caça, como ocorreu com os Estados Unidos, Austrália, Alemanha, França e Argentina, onde a prática é regulamentada.

Ele ainda apontou que, atualmente, apenas o javali tem a caça permitida no Brasil. E o classifica como espécie “exótica, invasora, com grande poder reprodutivo” e que “tornou-se um problema no Brasil”.

Fonte: MidiaNews