Vítima de uma tragédia familiar que tirou a vida de seu filho, de apenas 2 anos, o delegado Geraldo Gezoni agora tenta uma vaga na Câmara Federal e, caso eleito, planeja criar um projeto de lei que evite o mesmo tipo de acidente.
O caso ocorreu em 2016, quando o menor foi esquecido dentro do carro da família enquanto dormia. Desde então, Gezoni evita reviver o momento de tristeza, mas faz da lembrança do filho um de suas metas para caso seja eleito no pleito deste ano. A expectativa, segundo ele, é poder evitar perdas semelhantes em outras famílias.
“Tenho pretensão em, na Câmara Federal, trabalhar uma proposta nesse sentido do que vivenciei. Trabalhar algum dispositivo veicular, que as montadoras sejam obrigadas a instalar nos veículos, mas vou ser bem sincero: não quero reviver esse momento”, afirmou em entrevista ao MidiaNews.
A primeira experiência na política para o delegado aconteceu em 2020, quando concorreu ao cargo de prefeito de Matupá, em uma eleição suplementar. Ele, porém, terminou o pleito em terceiro lugar. Apesar dessa fase, ele disse ainda se sentir um “novato” no meio político.
Gezoni afirmou que sua vontade de trabalhar atuando no poder público já é algo que vem de muitos anos. Segundo ele, trabalhando como servidor das forças de segurança pôde conhecer muitas mazelas de perto. No entanto, acredita que é na política que realmente poderá fazer a diferença.
“Costumo dizer que a maioria das mazelas sociais desembocam na Delegacia de Polícia. O problema quando já aconteceu é porque os outros serviços não deram certo e acabou ocorrendo um crime e tudo vai para a Delegacia no fim das contas”, disse.
“A atribuição de um delegado é investigar crimes e acolher vítimas, mas eu gosto de causas públicas, fico entusiasmado. Quando passo em frente a construção, reforma de uma escola ou um hospital, isso é algo que me anima. Esse é um dos principais fatores que me motivam a lançar meu nome na política”, acrescentou.
Legislação
Sendo candidato a um cargo na Câmara Federal, o delegado terá a permissão para legislar sobre Direito Penal e esta também é uma das bandeiras defendidas por Gezoni, que acredita que alguns aspectos das leis brasileiras precisam ser alterados.
Ele citou o crime de roubo majorado com invasão de propriedade que, de acordo com ele, teria uma pena muito branda para quem comete este tipo de ato ilícito. O candidato defendeu que é necessário uma legislação mais rígida nestes casos, pois é um crime que acaba perturbando um local que deveria ser o “porto seguro” das famílias.
“Para mim, a propriedade privada é sagrada, a casa é o local onde o povo quer descansar, quer ter segurança, não é possível que uma pessoa invada sua residência e roube seus pertences. Então, é um ponto que acho que necessita de alteração. O crime de roubo precisa ter uma pena mais dura, mais grave”, explicou.
Presidência
Apesar de fazer parte do PSB, que nacionalmente está coligado com a esquerda, tendo Geraldo Alckmin como vice na chapa de Lula (PT), o delegado se declarou apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Ele afirma que o diretório estadual deu carta branca aos filiados na escolha da presidência e, por isso, Gezoni disse ter seguido dando força ao lado bolsonarista.
O delegado disse que não consegue apoiar a esquerda devido ao “histórico de corrupção”.
“Eu, como delegado de Polícia, não perdoo. Acho que foi comprovado. Uma coisa é haver uma denúncia, uma suspeita, outra coisa é você ser condenado em primeira, segunda e terceira instância. Esse é meu posicionamento”, completou.
Fonte: MidiaNews