O Superior Tribunal de Justiça Desportiva absolveu, nesta quarta-feira (10), o São Paulo da acusação de que dois torcedores do clube teriam praticado atos de racismo no Morumbi contra a torcida do Fluminense, no empate por 2 a 2 entre as equipes, em 17 de julho, pelo Campeonato Brasileiro.

Luciana Lopes, advogada de defesa do clube, levantou questionamento sobre o fato de Gabriel Brandão, autor da acusação, ter decidido pela divulgação de um vídeo nas redes sociais ao invés de se dirigir a policiais presentes ao estádio. Os auditores da Terceira Comissão Disciplinar entenderam não ter sido possível confirmar que os gestos feitos tiveram cunho racista. A procuradoria ainda pode recorrer ao Tribunal Pleno.

“Não estou aqui para minimizar a sensação de quem se sentiu ofendido, mas havia policiamento no estádio e ele preferiu ir para casa e divulgar o vídeo mais tarde. Depois disso, o próprio São Paulo divulgou nota repudiando qualquer ato racista e levou o caso à polícia para pedir apuração, onde tudo ficou esclarecido como bem colocado pelos dois torcedores nos vídeos apresentados. Com muita tranquilidade, a defesa pede a absolvição do clube”, disse Luciana Lopes.

O São Paulo havia sido denunciado no artigo 243-G, que dispõe acerca da prática de ato discriminatório relacionado a preconceito, entre outros, de cor. O clube paulista poderia ser multado entre R$ 100 e R$ 100 mil.

Torcedor do Fluminense, Gabriel Brandão divulgou um vídeo de um torcedor do São Paulo reproduzindo gestos com as mãos, supostamente imitando macacos. O torcedor Ricardo Pereira Fernandes, denunciado, poderia ser suspenso de 120 a 370 dias.

A polícia de São Paulo instaurou inquérito por injúria racial contra Ricardo e outro torcedor do São Paulo. (Jogada 10)