Os ataques sistemáticos de Jair Bolsonaro contra o sistema eleitoral brasileiro, sem ele ter nenhuma prova ou sequer indícios que as urnas eletrônicas possam ser fraudadas, fazem parte de uma narrativa golpista para questionar a legitimidade das eleições, na hipótese, bastante provável, do presidente perder as eleições.
Essa retórica fascista e irresponsável de Bolsonaro provocou uma reação em massa das principais lideranças da sociedade civil em todas suas variantes e classes, abrangendo juristas, sindicalistas, políticos das mais diferentes tendências, empresários de todos os setores econômicos e financeiros, intelectuais, artistas, dirigentes de organizações as mais diversas, culminando com um manifesto que já colheu a assinatura de mais de 600 mil pessoas e instituições.
Entre os que endossam os termos do documento – que não cita o nome de Bolsonaro, mas a carapuça cabe perfeitamente nele – está o ex-governador de Mato Grosso, ex-senador e ex-ministro da Agricultura, Blairo Maggi, líder do Grupo Amaggi.
O documento considerado a “ponta do iceberg” do maior movimento de defesa da democracia e do Estado de Direito na atualidade brasileira, nasceu na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, na Capital de São Paulo, tradicional reduto de onde surge as grandes movimentações cívicas do país.
Inicialmente, os organizadores do manifesto, esperavam colher cerca de 3 mil assinaturas, mas em poucos dias a onda de adesão cresceu ao ponto de ser hoje a mais vistosa manifestação pacífica, sem estertores odiosos, ocorrida nestes tempos nebulosos que o Brasil enfrenta.