Em período de desemprego em alta, é cada vez mais comum ouvirmos por aí a seguinte frase: “não existe mão de obra qualificada no mercado de trabalho”. Todo empresário, ao menos uma vez, já reproduziu esse conteúdo no seu negócio. Quem tem restaurante não acha um profissional para o cargo de atendente à altura. O proprietário da loja no ramo do varejo nunca acha um bom vendedor. Tem também aquele empresário de construtora que não encontra um carpinteiro adequado, mas será mesmo que falta mão de obra qualificada no mercado?
A resposta a princípio pode parecer simples: não falta, porém é preciso tomar cuidado com essas generalizações, já que não é tão simples assim entender as dinâmicas que ocorrem no mercado de trabalho. Aliás, é preocupante a quantidade de empresários atualmente, com dificuldades para expandir os negócios, em razão de crise econômica, de não saber gerir, investir e também de não saber liderar equipes, o que consequentemente, leva a uma considerável redução nas contratações atuais e um péssimo ou mediano desempenho enquanto empresa.
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O que muitas vezes acontece de fato, é a existência de um funcionário que tem mão de obra qualificada e que é apto para funções mais específicas, porém é encarregado de tarefas subalternas, que pouco acrescentam nos resultados finais da empresa, e ainda dificultam e muito o seu desempenho e crescimento pessoal, ou seja, o profissional certo atuando no cargo ou com responsabilidades erradas. Para resolver este problema, que aparentemente começa pequeno e pode por muitas vezes acarretar até no desligamento do profissional da empresa, é preciso realizar um trabalho real de gestão dos recursos humanos, no qual todas as partes sejam ouvidas, avaliadas, entendidas e informações de valor sejam colhidas.
Tem ainda empresários com a crença de que o desenvolvimento e qualificação depende unicamente dos colaboradores, e este pensamento é um tanto quanto equivocado e muitas vezes prejudicial ao seu negócio. Para começar a criar “mão de obra qualificada”, os gestores precisam repensar e tirar da cabeça a ideia de que desperdiçarão ou perderão verba investindo em um funcionário que a qualquer momento pode se desligar da empresa. Se inteirar sempre das dificuldades do profissional e direcionar a especialização apropriada é a medida mais indicada para impulsionar a produção e reduzir o retrabalho.
O que falta no mercado é o empresário entender que existe uma regra clara: contrate certo, treine bem e lidere melhor ainda. Todo empresário passa pela mesma dificuldade, mas pense bem, pois não é o mercado que está desqualificado e sim a sua forma de gerir o negócio que é amadora.
*DANILO DE LIMA NEVES é Psicólogo Empresarial e Sócio Diretor na Grandy Psicologia Empresarial. Empresa Especialista em Gestão de Pessoas, Recrutamento e Seleção, assim como no Desenvolvimento de Líderes e Empresas com a missão de: Expandir a Consciência e Gerar Ações Transformadoras – para pessoas e empresas que desejam evoluir em seus projetos e objetivos.
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