O técnico António Oliveira ficou na bronca com a arbitragem após a derrota do Cuiabá por 1 a 0 para o Palmeiras, na noite desta segunda-feira, no Allianz Parque, pelo encerramento da 17ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Os principais motivos da reclamação do treinador foram possíveis faltas em Valdivia, na origem do lance do gol alviverde, e em André Luís, que sairia cara a cara com o goleiro Weverton, já na reta final da partida.

– Eu tinha muita coisa hoje para dizer. E acho que o que menos interessa é o futebol hoje se praticou aqui. Primeiro expressar o orgulho enorme que tenho dos meus jogadores e da minha equipe, que interpretaram da melhor forma aquilo que foi a estratégia delineada para um grande jogo, contra uma grande equipe, bicampeã da Libertadores. Não viemos aqui jogar contra uma equipe qualquer. um ambiente difícil, no pior momento para poder enfrentar essa equipe, com uma grande torcida também diga-se de passagem, mas acho que hoje não ganharam.

– Lances capitais foram sempre para o mesmo lado. Além, e isso é que me dói, a falta de respeito do quarto árbitro com os jogadores do Cuiabá. O lance que dá origem ao gol era pra ter sido falta. Às vezes checam tudo, mas à maneira deles. E já que todos choram, também posso chorar e vou chorar. Depois há um lance capital do André Luís, que pelo amor de Deus, não vamos brincar de futebol. Todos merecem respeito, o Palmeiras é uma grande equipe, não precisava disso, mas o Cuiabá também, independentemente da sua história recente na Série A, merece respeito. Iríamos sofrer em algumas situações, o adversário teve uma chance real de gol no primeiro tempo. No segundo tempo, chegou muito por segundas bolas. Não está em questão se mereceu ou não.

O treinador revelou que sentia que a arbitragem de Anderson Daronco seria tendenciosa. Além disso, afirmou que o árbitro de vídeo não funcionou, em clara referência ao erro assumido pela CBF na eliminação do Palmeiras na Copa do Brasil, para o São Paulo.

– Vendemos caro aquilo que não pretendíamos, estamos tristes. Hoje eu sabia, tinha alertado aos jogadores, que dificilmente o árbitro ia apitar alguma coisa, principalmente para um dos lados. Não quero ser tão agressivo, mas cabe a mim representar meus jogadores e sentir também o desânimo e a injustiça que eles também sentiram. Sou uma pessoa que sempre disse que não me agarro à desculpas, me agarro a resultados. Mas hoje ficou muito evidente, até por imagens, o Brasil todo viu. O adversário tem sua valia, seu potencial, grandes jogadores, um grande treinador, uma grande torcida, mas eles não tinham necessidade do que aconteceu hoje. Foi uma arbitragem não-inteligente. No lance do André Luís, até para não complicar muito, dá uma falta de ataque. Hoje o VAR não funcionou. E se funcionasse, não seria para nosso favor. Quero que me interpretem da melhor forma, é um sabor de injustiça enorme.

– Eu acredito nas pessoas, na verdade esportiva. Isso nem toco. A competição é de grande nível, tem grandes equipes, grandes torcidas, grandes jogadores, grandes treinadores. E grandes árbitros. Acho que não podemos adotar a postura de condicionar. Quem está julgando são humanos, têm famílias, têm sentimentos. Muitas das vezes sentem-se constrangidos, mais pressionados e as decisões talvez sejam mais tendenciosas para um dos que para outros.

O Cuiabá é o 15º colocado do Brasileirão, com 19 pontos, e volta a campo na próxima quinta-feira. Recebe o Atlético-MG, na Arena Pantanal, às 18h (de MT), pela 18ª rodada.

– Vamos continuar nosso trabalho, nosso caminho. Estamos no caminho certo para formar uma grande equipe. Através desse compromisso, dessa coragem e dessa crença que os jogadores tem tido, queremos voltar a presentear nossos torcedores com um bom jogo de futebol e esperamos que os três pontos desta vez fiquem em nossa cidade. (Com GE)