A vereadora Edna Sampaio (PT) protocola ainda nesta segunda-feira (4), na Comissão de Ética da Câmara de Cuiabá, pedido para afastamento imediato do vereador Tenente Coronel Paccola (Republicanos), bem como pedirá a cassação de seu mandato por quebra de decoro. Paccola atirou e matou, na última sexta, o agente socioeducativo Alexandre Miyagawa.
Em entrevista coletiva, Edna reforça que não se trata de um julgamento político, destacando que o parlamento precisa ser provocado a tomar providências.
“Eu entendo que as coisas relacionadas ao crime sejam investigadas pelas autoridades competentes. Esta Câmara não tem papel de investigação policial. A nossa investigação será no âmbito do decoro parlamentar, não abrange apenas o comportamento do parlamentar dentro da Câmara, mas também fora dela. Nós sabemos que essa é uma situação dolorosa para todas as famílias, mas precisamos tomar uma atitude institucional. A Comissão de Ética precisa ser provocada”, ressalta a petista.
Na declaração, Edna também faz alerta para incitação do uso de armas nas redes sociais de Paccola.
“Não é um julgamento antecipado. Nós não estamos julgando Marcus Paccola. Nós sabemos que a dor que ele está sentindo também é muito grande, mas se olharmos as redes, vemos a incitação do uso da arma, a questão da legitima defesa como princípio da utilização da arma. A arma de fogo serve pra que? Para matar gente. Nós não estamos num filme de bang bang ou em jogo de vídeo game, ondes as pessoas morrem e vivem depois”, emenda.
Ela conclui dizendo que se um policial treinado não conseguiu imobilizar a situação, imagine um cidadão comum.
“Arma é a coisa mais letal e perigosa. Uma má interpretação pode significar uma tragédia. Não quero condenar o Paccola, soube pelo que vi na impressa. Agora, a Câmara precisa tomar uma atitude e que esse episódio sirva como alerta que o porte de arma coloca em risco todo mundo. Se um policial não conseguiu atirar para imobilizar, imagina um cidadão comum?”, finaliza.
Vale ressalta que em abril a vereadora Edna pediu a cassação do mandato do vereador Tenente Coronel Paccola por quebra de decoro parlamentar, após pronunciamentos feitos pelo vereador na tribuna, durante as sessões ordinárias dos dias 31 de março e 7 de abril, quando ele disse possuir e portar armas e munição suficientes para enfrentar “quinhentos petistas” e afirmou que “vagabundo tem que morrer mesmo, ir para a vala”.