Este mês é direcionado a conscientização e prevenção à Obesidade Infantil, uma condição que tem crescido de maneira alarmante nos últimos anos. Em uma pesquisa realizada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) estima-se que, em 2025, o número de crianças obesas no mundo chegue a 75 milhões.
A correria do dia a dia favorece uma alimentação de baixa qualidade com o consumo de alimentos pré-prontos ou ultraprocessados. Conforme a médica endocrinologista e professora do curso de Medicina da Unic, Ana Flávia Fiacadori, uma dieta a base de salgadinhos, bebidas açucaradas, macarrão instantâneo, embutidos e refrigerantes, associado ao sedentarismo, sendo, os principais passos para a obesidade infantil.
Se nada for feito, a possibilidade de reverter essa situação no Brasil cai para 2% e, até 2030, o país ocupará a 5ª posição do ranking com mais crianças e adolescentes com obesidade, segundo o Atlas Mundial da Obesidade. Alguns especialistas já levantam a hipótese de que a geração atual de crianças pode ser a primeira a viver menos que seus próprios pais, devido ao estilo de vida e doenças associadas a obesidade que elevam a mortalidade.
“A obesidade infantil é ocasionada por fatores que podem ocorrer ainda na gestação ou ainda resultado de uma série de fatores genéticos e comportamentais, que atuam nos contextos familiar, escolar e social”, destaca a especialista.
Mudando o hábito
Trabalhar hábitos saudáveis em casa não é tão simples, requer persistência e desistir no primeiro ‘não quero’ ou ‘não gosto’ está fora de cogitação. O primeiro passo é substituir alimentos, ultra processados, que contêm na formulação cinco ou mais ingredientes predominantemente artificiais, por mais frutas, verduras e legumes.
Em seguida, aumentar atividade física da criança incentivando práticas esportivas, brincadeiras ao ar livre, assim as crianças podem se divertir enquanto o corpo se movimenta. Segundo a OMS, é recomendado que adolescentes cumpram 60 minutos de atividade física diariamente, porém mais de 80% não cumprem esse objetivo. “É inevitável observarmos como a geração atual troca brincadeiras estimulantes com práticas físicas por atividades que promovem o sedentarismo, passando horas em frente às telas de televisão, celulares e computadores”, completa a endocrinologista.
Por isso, como parte da prevenção da obesidade infantil é indicado a redução do tempo de tela. A Academia Americana de Pediatria recomenda a que crianças entre 2 e 5 anos sejam limitadas a uma hora de tela por dia. Os limites devem aumentar proporcionalmente para crianças mais velhas.
Ana Fiacadori ressalta que obesidade é um fator de risco para o desenvolvimento de doenças como diabetes, AVC, hipertensão, câncer, doenças cardiovasculares, transtornos alimentares e dificuldades respiratórias, por isso, o público mirim merece atenção redobrada. “É importante que os responsáveis busquem por um especialista, pois obesidade é uma doença crônica, e o tratamento deve ser individualizado e iniciado o quanto antes”, conclui.