O destino de Tite após a Copa do Mundo do Qatar ainda não está definido. Mas uma coisa parece certa: ele não permanecerá no Brasil. A informação foi passada pelo próprio treinador brasileiro em entrevista ao jornal inglês ‘The Guardian’. “Minha ideia, definitivamente, não é trabalhar no Brasil”, assumiu.
Tite contou que quer tanto ganhar a Copa do Mundo que, em 2018, quando foi sondado por clubes europeus, pediu que nem se aproximassem dele:
“Eu disse: ‘Não vou falar, não chegue perto’”, revelou, destacando sua meta de defender a Seleção e vencer o Mundial. A taça não veio naquele ano, mas o objetivo persiste.
“Quando você faz algo em paralelo, isso não está sendo feito ao máximo (…) Eu quero ganhar a Copa do Mundo. Depois da Copa, vou decidir meu futuro”.
Segundo Tite, três clubes europeus fizeram propostas por ele antes da Copa de 2018: Real Madrid, PSG e Sporting. E, quatro anos depois, ele mantém a mesma determinação de tentar levantar o caneco pelo Brasil num Mundial.
“Quero estar em paz comigo mesmo e com meu trabalho. Estou dando o meu melhor”, afirmou.
Tite disse que o Real Madrid já tinha demonstrado interesse em 2016, quando ele assumiu a Seleção. Nestes seis anos à frente da equipe Canarinho, Tite vem somando à sua experiência de técnico uma visão particular de como o grupo é visto no exterior. Para ele, a Seleção é invejada. Como exemplo, ele contou o episódio em que um técnico italiano perguntou ao zagueiro Miranda (que jogava na Internazionale, na Itália) sobre a eliminação na Copa.
“Ele perguntou (pro Miranda): ‘ Como é ser eliminado pela Bélgica?’ (…) Isso é inveja. O Brasil talvez seja o time mais invejado do mundo”, disse Tite.
Estar no comando de um time que atrai tanto olho gordo traz um peso que se soma à responsabilidade em si de fornecer soluções para a equipe. Tite reconhece que não é fácil.
“Todo mundo me pergunta como aguento a pressão de ser o técnico da Seleção Brasileira. Esse é o legado que carrego: a história de ter Pelé, Zagallo, Tostão, Garrincha”, diz, lembrando que, atualmente, Neymar é a figura central da equipe.
“Continua sendo nossa maior estrela. A diferença é que agora o brilho é diluído por estrelas próximas que também podem brilhar. Neymar entende isso e encoraja os meninos a subir de nível. O tempo e a experiência dão essa maturidade”, diz Tite.
Ao falar da grande responsabilidade de liderar a Seleção
“Quero passar um ano sabático, estudando, com minha família. Não ter responsabilidade”.
As decisões, então, deverão ser tomadas, de acordo com Tite, após esse período de reclusão. E, certamente, dependerão do resultado da competição.
“Se você ganhar a Copa terá um mercado aberto. Pode escolher”, diz. (Jogada 10)