Não é de hoje que o clima de Chapada dos Guimarães chama a atenção da população mato-grossense. Durante o século XVIII, inúmeras fazendas foram criadas na região da então Serra Acima.

 

Já no século XX uma residência ilustre foi construída na região do Rio da Casca, próximo à Usina Casca I, criada para gerar energia para abastecer a capital do estado. A residência nomeada “Chalé dos Governadores” está situada em meio a duas quedas da cachoeira que leva o nome da comunidade e do rio que fazia girar as turbinas da antiga usina.

Construída em 1928, a residência com certeza já foi palco de muitas conversas e decisões políticas que definiram o futuro do estado. Por mais que tenha sido tombado como patrimônio histórico estadual, desde 2009, pela Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel), o local está totalmente abandonado e em poucos anos pode virar apenas uma ruína e uma memória registrada na mente dos mais antigos ou nas fotografias.

Leia Também:

– Educação, qualificação e emprego

– Uma extorsão aos brasileiros

– A maior cratera de meteorito da América do Sul

– Educação, qualificação e emprego

– A política de preços da Petrobrás, uma extorsão aos brasileiros

– A maior cratera de meteorito da América do Sul

– Educação, qualificação e emprego

– Você é parte da mudança

– A extensão universitária e a sociedade

– A maior cratera de meteorito da América do Sul

– Educação, qualificação e emprego

– O financiamento à pesquisa e os partidos políticos– Educação, qualificação e emprego

 

– A maior cratera de meteorito da América do Sul

– Edição digital do livro Geoparque Chapada dos Guimarães está disponível gratuitamente

– Os cortes em ciência e tecnologia e a fuga de cérebros

– Livro Desenvolvimento Sustentável do Brasil será lançado em Simpósio de Geologia do Centro-Oeste

– Profissão cientista
– A maior cratera de meteorito da América do Sul

– Educação, qualificação e emprego

– A maior cratera de meteorito da América do Sul

– Educação, qualificação e emprego

– Os cortes em ciência e tecnologia e a fuga de cérebros

– Livro Desenvolvimento Sustentável do Brasil será lançado em Simpósio de Geologia do Centro-Oeste

– A pandemia e a retomada econômica

– Autocrítica e crítica na democracia

– O Aquífero do Guarani e a Chapada dos Guimarães

– Por que a gasolina que você compra é tão cara?

– Os personagens Pink ou Cérebro e os planos do governo para mineração

– Política não é torcida

-VLT e Hospital Central

-Educação, qualificação e emprego

-Os cortes em ciência e tecnologia e a fuga de cérebros

-A ciência nacional e o coronavírus

-Educação, qualificação e emprego

-Os cortes em ciência e tecnologia e a fuga de cérebros

-O sonho de se formar em uma universidade

 

O chalé não está só, no local existem dezenas de casas, piscina, churrasqueiras e a antiga Usina Casca I, que também está abandonada, ao que tudo indica o cenário atual, com mesmo destino trágico da ilustre Residência dos Governadores.

Mas por que tal descaso acontece?

 

A área era parte do patrimônio da antiga Cemat, que após a privatização passou nas mãos da Apiacás Energia S.A. e atualmente pertence à Enel Brasil Participações. Por mais que a Usina Casca I não funcione mais, no local funciona ainda a Usina Casca 2, movida com água que regava outrora a Cachoeira do Rio da Casca. Sim, a cachoeira na maior parte do ano fica seca, sem cair uma gota de água. Um pouco mais abaixo, no rio, está a Usina Casca III, também em atividade.

 

Este cenário que junta história e natureza com certeza poderia ser utilizado para o desenvolvimento do turismo, atividades educacionais e científicas. Para que isso aconteça, existem dois caminhos.

 

Em um deles, a empresa responsável, que adquiriu o local da antiga Cemat, deve realizar a recuperação da área, assim como desenvolver uma gestão para que estes patrimônios possam ser visitados. A outra alternativa seria o poder público tomar para si novamente este local histórico e realizar a recuperação da área, assim como, possibilitar uma gestão adequada para desenvolvimento da visitação focada para o turismo ou para a educação.

A sociedade mato-grossense não pode aceitar que sua memória vire ruína. Encontrar uma saída para esse problema é também buscar uma alternativa de geração de emprego e renda, é uma forma de gerar oportunidades, de ampliar as possibilidades de roteiros educacionais.

 

Em ano eleitoral, onde a elite política do estado busca fazer as construções e conchavos para disputar as tão importantes cadeiras representativas do estado. Talvez seria uma boa pauta para algum dos cafezinhos, entre uma conversa e outra, encontrar uma saída para o Chalé dos Governadores e para Usina Casca I.

 

Encontrar uma forma de se valorizar a história do estado e as pessoas que vivem na região do Rio da Casca. Quem sabe o governo do estado ou assembleia legislativa consiga articular uma solução para preservar e promover nosso patrimônio natural e cultural.

 

 

*CAIUBI EMAUEL SOUZA KUHN   é conselheiro do Crea-MT ; professor da Faculdade  de Engenharia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT); geólogo, especialista em Gestão Pública (UFMT), mestre em Geociências (UFMT).

 

CONTATO:                       www.facebook.com/caiubi.kuhn

 

INSTA:                                  www.instagram.com/caiubikuhn/