A Justiça negou um pedido feito pela defesa da empresária Ana Claudia Flor, acusada de mandar matar o marido Toni Flor em 2020, e manteve a decisão que determinou júri popular.

Conforme a decisão do juiz da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, juiz Flávio Miraglia Fernandes, casos de homicídios dolosos – quando há intenção de matar – são julgados pelo Tribunal do Júri.

O magistrado apresentou duas decisões que devem ser usadas como jurisprudência de que casos como esse precisam passar pelo conselho popular.Ana Cláudia e Toni da Silva Flor eram casados há 15 anos — Foto: Reprodução

Ana Cláudia e Toni da Silva Flor eram casados há 15 anos — Foto: Reprodução

O juiz cita ainda que há indícios suficientes de participação de Ana Claudia no homicídio e falso testemunho, conforme provas já apresentadas pelo Ministério Público Estadual.

Toni Flor foi assassinado a tiros no momento em que chegava na academia, da qual era proprietário, no bairro Santa Marta, em Cuiabá.

Durante as investigações, a mulher dele confessou ter pago R$ 60 mil para que atiradores o matassem.

Investigação

Três homens teriam sido contratados pela empresária e, após o crime, a arma foi jogada no Lago de Manso. A princípio, a suspeita era que Toni foi confundido com um agente da Polícia Federal (PF).

De acordo com o delegado, o homem que efetuou cinco disparos contra Toni confessou que Ana Cláudia negociou o valor de R$ 20 mil para cada criminoso.

Segundo ele, essa negociação foi feita durante uma videochamada.

O delegado disse ainda que o interesse da mulher na herança e a tentativa de esconder outro relacionamento podem ter motivado o crime. Em 2019, Ana registrou um boletim de ocorrência onde afirmou que foi agredida por Toni após ele flagrar uma conversa dela com outro homem pelo WhatsApp.

A polícia investiga se há ligação dos supostos amantes com o crime.

De acordo com o delegado, algumas perguntas feitas por Ana Cláudia causaram estranheza. Ela teria questionado se havia imagens do local e se apenas a confissão do atirador poderia condenar alguém.

As prisões são temporárias e as investigações terminam nos próximos 30 dias.Toni Flor achou que tivesse tomado tiro por engano — Foto: Reprodução

Toni Flor achou que tivesse tomado tiro por engano — Foto: Reprodução

Morte

O crime foi registrado no dia 11 de agosto de 2020, no momento em que a vítima chegava à academia, da qual era proprietário, no bairro Santa Marta, em Cuiabá. O suspeito estava em frente ao estabelecimento, de cabeça baixa, e perguntou pelo nome da vítima, que ao responder foi baleada.

A vítima correu para o interior da academia, sendo socorrida e encaminhada para o HMC, com quatro ferimentos.

Toni chegou ao hospital consciente, sendo encaminhado imediatamente para cirurgia, porém, não resistiu aos ferimentos e morreu dois dias depois.