Considerado símbolo der uma era, o líder comunitário e escritor João Lira, 73 anos, morreu no final da noite desta terça-feira (7), vítima de infecção generalizada, após lutar  bravamente contra o câncer no pulmão, em tratamento no  Hospital Jardim Cuiabá. Além da atuação comunitária, também era corretor de imóveis, bacharel em Direito,  compositor e escritor.

João Olímpio Valadares Lira nasceu em Alto Paraguai e teve forte influência da família, em sua paixão pela política. Ele foi presidente da Associação dos Moradores do Bairro Campo Velho e, na sequência,  eleito com a maior votação proporcional, na época, para o comando da Federação Mato-Grossense de Associações de Moradores de Bairros (Femab).

Como presidente da Femab, colocou em prática algumas ideias que eram consideras “revolucionárias”, para o período. Na sua gestão, ele implantou o Restaurante Comunitário (Recom), o Jornal da Femab, o Estacioamento Comunitário (Estacom), e o Alojamento Comunitário (Alocom), destinado ao recebimento de líderes dos municípios distantes que se deslocavam até Cuiabá.

Também foi diretor da União Cuiabana de Associações de Moradores de Bairros (Ucamb) e, como presidente da Femab, representou Mato Grosso na diretoria da Confederação Nacional de Associações de Moradores (Conam).

Em seu mandato na Femab, liderou o primeiro movimento de regularizaçao fundiária de Cuiabá. E conseguiu isso a partir da luta com a extinta Centrais Elétricas Mato-Grossenses (Cemat), para levar e legalizar o serviço de abastecimetno energético, nos bairros distantes da área central de Cuiabá, muitos dos quais oriundos de ocupação urbana em área até então considerada zona rural.

João Lira foi autor do livro “Associação de Moradores – Instrumento de conquistas e garantias de direitos sociais”, que chegou a ser incluso no acervo da Biblioteca Pública de Mato Grosso e da Biblioteca Nacional. A obra conta a história do movimento comunitário, no Brasil, o que lhe reundeu moções de aplausos e de congratulações da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Câmara de Cuabá e Câmara de Várzea Grande, entre outras. Ele deu consultoria e assessoria para  autores de livros sobre garimpos em Mato Grosso, principalmente em referência ao “Gatinho” (Alto Paraguai), considerado o maior da história em exploração de diamantes.

João Lira deixa esposa e quatro filhos. Ele era tio do deputado estadual Paulo Araújo (PP); e do professor, jornalista e ex-secretário Benjamin Franklin Lira de Aráujo, adjunto de Assuntos Comunitários de Mato Grosso  no governo Blairo Maggi. E conversas com amigos,  ele gostava de citar que era compadre do deputado estadual Wilson Santos (PSD).

O corpo de Lira está sendo velado na Capela Lírios (Funerária Jartins)  e o féretro sairá às 16 horas, nesta quarta-feira (8).