O primeiro dia de julgamento da bióloga Rafaela Screnci da Costa Ribeiro, iniciado nesta terça-feira (31), foi marcado pela confirmação das testemunhas de que a acusada de matar duas pessoas e ferir gravemente uma terceira em um atropelamento em frente a uma boate da Avenida Isaac Póvoas, em Cuiabá, em 2018, estava embriagada e não parou para prestar socorro às vítimas.
Myllena de Lacerda Inocêncio, de 22 anos, Hya Girotto, de 21 anos, e Ramon Alcides Viveiros, de 25 anos, foram atropelados pela motorista. Rafaela estava em uma outra boate e em sua ficha constava a compra de bebida alcoólica.
Conforme as investigações, Rafaela estava em uma outra boate e, na ficha dela, constava a compra de bebida alcoólica.
A reportagem entrou em contato com a defesa de Rafaela Screnci, mas em respeito aos familiares das vítimas, os advogados disseram que só irão se manifestar nos autos.
As testemunhas de acusação do caso confirmaram que Rafaela Screnci da Costa Ribeiro não parou para prestar atendimento e só foi estacionar o veículo depois de ter sido fechada por outro carro.
A testemunha Eduardo Ruhling, que estava na boate, contou que viu Ramon Viveiros sendo arremessado pra cima, encontrou o rapaz agonizando e pediu o socorro.
Já os policiais que atenderam a ocorrência disseram que Rafaela estava em visível estado de embriaguez com os olhos vermelhos, com odor de álcool, apresentando sonolência, dificuldade de locomoção e demonstrando frieza com o fato. Afirmaram ainda que a ré chegou a defecar na viatura da Polícia Militar.
A continuidade do julgamento foi marcado para o dia 4 de julho, às 14h. Ainda serão ouvidos outras testemunhas e Hya Girotto, única sobrevivente do acidente. O juiz da 12° Vara Criminal de Cuiabá, Flávio Miraglia, também pretende ouvir Rafaela Screnci.
Myllena Lacerda morreu atropelada na madrugada deste domingo (23) — Foto: Facebook/Reprodução
Myllena morreu na hora e Ramon morreu após ficar cinco dias internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
A única sobrevivente, Hya foi internada em coma, passou por quatro cirurgias e depois teve alta médica.
A motorista do carro Rafaela Screnci da Costa Ribeiro, 33 anos, na ocasião, foi presa em flagrante e autuada no plantão da Polícia Civil de Mato Grosso, nos crimes de homicídio culposo na direção de veículo e lesão corporal culposa na direção de veículo.
Ao ser detida, Rafaela se recusou a realizar o teste do bafômetro e exame de sangue. De acordo com a polícia, ela apresentava sinais visíveis de embriaguez. Ela foi conduzida para audiência de custódia, onde foram adotadas medidas cautelares e aplicada fiança de 10 salários mínimos pelo juiz. A motorista pagou o valor da fiança e foi posta em liberdade no dia seguinte.
Ela foi conduzida para audiência de custódia, onde foram adotadas medidas cautelares e aplicada fiança de 10 salários mínimos pelo juiz. A motorista pagou o valor da fiança e foi posta em liberdade no dia seguinte.
Durante a investigação, a polícia teve acesso a ficha de consumação de Rafaela em uma casa noturna. Segundo o estabelecimento, ela teria entrado no local depois de 1 hora da madrugada. Na lista de produtos aparecem seis garrafas de cerveja long neck.
Ramon Viveiros ficou internado na UTI durante 5 dias. — Foto: Arquivo Pessoal