A pandemia acirraram a desigualdade no mundo. Levantamento da ONG Oxfam mostra que o mundo ganhou um novo bilionário a cada 30 horas nos últimos dois anos. O compasso é quase o mesmo que, neste ano, deve levar um milhão de pessoas a atravessarem a linha de pobreza extrema, a cada 33 horas, nas estimativas da entidade. O estudo está sendo lançado neste domingo (22), concomitantemente à abertura do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, como insumo para os debates.
“Esse aumento desproporcional da riqueza de poucos não é celebrável. Ao contrário, é um sinal de alerta, de urgência para que algo seja feito a fim de recolocar a humanidade nos trilhos da inclusão”, afirma a diretora executiva da Oxfam Brasil, Katia Maia.
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Junto ao estudo, batizado como “Lucrando com a dor”, a entidade indica medidas voltadas à redistribuição de renda. A Oxfam recomenda a tributação de grandes fortunas e sugere a taxação temporária, em 90%, de lucros excedentes obtidos pelas grandes corporações durante a pandemia.
Conforme o levantamento, o mundo tem atualmente 2.668 bilionários, 573 mais que em 2020. Somente o setor farmacêutico, que lucrou mais com a venda de vacinas, fez 40 desses.
Sozinho, o clube do bilhão detém o equivalente a 13,9% do PIB mundial, quase três vezes a fatia a que sua fortuna correspondia em 2000. Ainda conforme a Oxfam, as dez pessoas mais ricas possuem um patrimônio maior que toda a riqueza nas mãos dos 40% mais pobres combinada.
O Fórum de Davos acontece presencialmente após dois anos de versões virtuais. Os russos não participarão pela primeira vez desde o fim da União Soviética. Os ministros Paulo Guedes (Economia) e Marcelo Queiroga (Saúde) estarão no evento.
Confira alguns dados do levantamento:
- Um bilionário surgiu a cada 30 horas no mundo, nos últimos dois anos
- Um milhão de pessoas é empurrada para a pobreza extrema a cada 33 horas, em 2022
- Mundo tem 2.668 bilionários, 573 mais que em 2020
- Clube do bilhão reúne fortuna de US$ 12,7 trilhões, US$ 3,78 trilhões maior que há dois anos
- Bilionários detêm o equivalente a 13,9% do PIB mundial, quase três vezes a fatia que detinham em 2000
- 40 novos bilionários surgiram no setor farmacêutico durante a pandemia
- Os dez mais ricos têm mais riqueza do que os 40% mais pobres