A Escola Estadual José Leite de Moraes, localizada no Bairro Cristo Rei, em Várzea Grande, é uma das 150 unidades que desenvolvem o projeto Horta na Escola, uma parceria da Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT) com a Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf). As escolas apresentam projetos e aquelas que são selecionadas, recebem recursos no valor de R$ 6.500,00.

 

Na escola de Várzea Grande cerca de 300 alunos estão envolvidos com a horta, principalmente os alunos do 3° e 5° ano do ensino fundamental e do 1º ao 3º ano do ensino médio.

 

Os estudantes saem da sala de aula e vão para a horta em dias alternados. Elas limpam os canteiros e, após as plantações, observam e avaliam como as plantas estão se desenvolvendo. Depois que colhem as verduras, o canteiro é utilizado para o plantio de uma nova espécie.

 

Segundo o diretor da escola, Marcos Fausto, a escolha do que plantar tem muita relação com o tempo que as plantas levam para crescer, para que não haja tanta espera para as crianças menores. Cebolinha e coentro são utilizados na própria merenda. Eles cultivam também alface, rúcula e couve. A produção atende à demanda da escola e também vai para a casa das crianças. Na última colheita, mais de 100 alunos foram beneficiados.

 

“A horta é um recurso pedagógico importante da escola. O que os alunos veem em sala, seja em ciências como em áreas sociais, oportuniza uma observação na prática. Um exemplo, é a compreensão sobre os diferentes tipos de solos, a quantidade de luz solar que afeta as plantas, a importância do uso da água para garantir um crescimento adequado”, destaca Fausto.

 

A pedagoga Sheila Dias da Silva, que lida diretamente com a vivência dos alunos na horta, ressalta que o projeto trouxe uma melhora em sala de aula. “Houve uma evolução na aprendizagem e eles querem muito participar do projeto, que é um trabalho coletivo e gera relação afetiva. Outro aspecto importante é que eles vão entendendo que para tudo há um tempo e isso é muito importante, porque vamos explicando o ritmo das coisas na vida da gente. Tudo tem um tempo para acontecer e os estudantes assimilam isso”.

 

Outro aspecto pontuado pela gestão é o protagonismo dos alunos a partir do projeto, por exemplo, aqueles que começaram a horta, hoje ensinam os novos e contam suas experiências, o que trouxe até uma disputa saudável. Os que estão cuidando da horta hoje, buscam fazê-la melhor que os alunos anteriores.

 

Os estudantes desenvolveram até uma espécie de diário de bordo. A cada ida à horta, eles fazem um relato sobre o que fizeram naquele dia, desenvolvendo as habilidades da escrita para, depois, apresentarem um desenho daquilo que foi mais significativo para eles.

 

Nesse mês, os alunos do 5º ano estão responsáveis pelo cultivo da cenoura e, os do ensino médio, cuidam da plantação de mandioca. Também são os responsáveis pela produção de mudas, com tudo sendo feito pensando na integração e continuidade do projeto.