A produtora e atriz Ester Caroline Henrique Bonometo Pessatto, conhecida como Tigresa Vip, afirmou que confia na Justiça Eleitoral e em seus advogados, para ter confirmada sua filiação ao PT, de forma que possa entrar na disputa das eleições de outubro deste ano.

Ela não se deu por vencida pela decisão Secretaria Nacional de Organização do PT,  que referendou a suspensão da sua filiação determinada pelo Diretório de Mato Grosso. Ester Caroline se tornou alvo da cúpula do PT desde que se filiou, com intenção de disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa.

 

 

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Os advogados Paulo Lemos Melo de Menezes e Julier Sebastião Silva, responsáveis por sua defesa, preparam recurso na esfera do Poder Judiciário. Ele crê que os recursos serão ingressados  ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT), para assegurar o seu direito de ser candidata. Paulo Lemos foi professor de Direito Eleitoral e Julier Sebastião foi juiz do TRE-MT, quando era juiz federal na Seção Judiciária de Mato Grosso, no Fórum Ministro J.J. Moreira Rabelo.

“É inegável a competência dos meus advogados Paulo Lemos, Carlos Eduardo e Julier Sebastião. E eu confio neles”, afiançou ela, com exclusividade para a reportagem do portal de notícias Cuiabano News.

 

Tigresa Vip demonstrou muita tranquilidade, poucas horas após sofrer revés, no julgamento do Diretório Nacional do PT. “Eu confio na Justiça e tenho certeza que a situação vai ser revertida. Infelizmente fui alvo de discriminação arbitrária e o processo [interno do PT] houve várias irregularidaes”, argumentou ela.

 

“Portanto, confio muito na seriedade da Justiça e na competência dos meus advogados”, pontou Ester Carolline. Ela disse que continua sendo abordada por eleitores,  por onde passa, nas ruas das cidades mato-grossenses, com promessas espontâneas de voto.

 

Segundo relatou à reportagem, muita gente chega até mesmo a pará-la, na rua, para falar da candidatura a deputada estadual, prometer voto e tirar selfie. “As pessaos perguntam: e aí, como está a campanha? Outras dizem: olha, você está sendo discriminada, no PT”, argumentou ela.

A Executiva do PT de Mato Grosso cancelou a filiação da Tigresa Vip por causa de profissão: atriz de vídeos destinados ao público adulto. Numa comparação com a Europa, o Brasil está muito atrasado, pois basta recordar que a ex-atriz pornô Ilona Staller, a Cicciolina, conquistou mandatos para o Parlamento da Itália (1987-1994), apenas mostrando os seios e com promessa de “total liberdade sexual”.

Em Mato Grosso, o partido que se imagina o mais progressitas, agiu claramente com discriminação contra Ester Caroline Pessatto, por causa do seu trabalho como Tigresa Vip.

Ontem, os seus advogados divulgaram nota oficial contra a decisão da Secretaria Nacional de Organizçaão do PT.

Ex-juiz  Julier Sebastião da Silva é um dos advogados de defesa, no caso

NOTA PÚBLICA: ÁUDIO CONFIRMA INEXISTÊNCIA DE IRREGULARIDADE DA FILIAÇÃO DE ESTER

A Defesa de Ester Caroline Henrique Bonometo Pessatto, via seus advogados, Paulo Lemos e Julier Sebastião, vem a público declarar que o áudio exposto na imprensa estadual e nacional, difamatório e injurioso, apenas confirma que a interdição da filiação de Ester nunca se deu por “erros formais”.

Apesar de, em um primeiro momento, causar total perplexidade o conteúdo do áudio atribuído à deputada Rosa Neide, que não pode se considerar ser a expressão de todo o Partido dos Trabalhadores, a Defesa tem insistido desde o início que a argumentação oficial do dirigente estadual é falsa ideologicamente, eis que a filiação de Ester seguiu todos os ritos e, ao final, logrando conquistar o status de ato jurídico perfeito e direito adquirido, baloartes da segurança jurídica e do próprio Estado de Direito.

Entretanto, a narrativa constante do áudio é tão atentatória à dignidade da pessoa humana e embargante do livre exercício da cidadania, que a Defesa considera a hipótese de não ser da deputada Rosa Neide.

Recentemente a deputada declarou que é contra qualquer tipo de discriminação. Portanto seria uma contradição intransponível, todavia passível de reparação.

Rosa Neide é filiada ao Partido dos Trabalhadores, uma agremiação que Ester sempre considerou e continua considerando combater o preconceito e acolher os marginalizados e esquecidos; e, como esse áudio é profundamente eivado de discurso de ódio e desprezo de classe, há a esperança de que possa ter sido outra pessoa a gravar ele.

A Defesa gostaria de ouvir o lado da deputada sobre isso, que ela tenha o direito que o Diretório Estadual usurpou e cerceou da Ester: ao contraditório e ampla defesa.

A Defesa afirma com veemência que o propósito de Ester sempre foi ingressar nas fileiras do Partido dos Trabalhadores para somar, para continuar a militância que já fazia voluntariamente, de forma alguma para causar medo ou ser considerada um risco para o projeto de quem quer que seja. Ela já tem sua própria estrela, desnecessário tirar a estrela de alguém. Há espaço para todas e todos.

Mas, se esse áudio for verídico, algo repugnante e criminoso, mesmo assim a Defesa pode garantir que Ester se abstém de desejar que a deputada Rosa Neide, ou qualquer filiado, seja julgada por um Tribunal de Exceção e jogada à fogueira com a boca amordaçada, por incompatíveis com o espírito republicano, a democracia, pluralidade e diversidade, como fizeram contra si própria.

A Defesa ainda vislumbra um desfecho conciliatório, onde o bom-senso e o ordenamento jurídico, o próprio Estatuto do partido, prevaleçam, principalmente agora, mais claro do que nunca o motivo discriminatório da exclusão, sendo revigorada sua filiação, desde a data antes avalisada pelo Diretório Nacional, e escrita uma nova história daqui em diante, no compasso da inclusão social.

Por fim, a Defesa precisa registrar o que escuta diuturnamente de Ester, o PT é muito maior do que uma ou meia-dúzia de pessoas, sem confundir atitudes opressoras de uma minoria, com a atuação admirável, de luta e construção de um país melhor para os brasileiros e estrangeiros que vivem aqui, da imensa maioria dos filiados e mandatários do partido, repetidas vezes citado por ela o ex-presidente Lula.

Paulo Rogério Lemos Melo de Menezes

  Julier Sebastião da Silva

(*Colaborou Nathan Ronaldo Scolari)

Advogado Paulo Rogério Lemos Melo de Menezes coordena a defesa da atriz Tigresa Vip, na Justiça Eleitoral