O árbitro Alexandre Vargas Tavares de Jesus foi fundamental na vitória do São Paulo, de virada, diante do Cuiabá, por 2 a 1, no Morumbi, na tarde-noite deste domingo (15).
O árbitro simplesmente mudou toda a dinâmica do jogo.
O time de Rogério Ceni perdia para a equipe de Mato Grosso, gol de Jenison, e começava a perder a consciência, a se deixar dominar pelos nervos, com a pressão da torcida.
Até que, aos 18 minutos do segundo tempo, André Anderson invade a área do Cuiabá. Ao sofrer o combate de Marllon, o meia se atira ao gramado. De forma bizarra. Não aconteceu nada. Ele se jogou.
Mas, para surpresa geral, até de jogadores do São Paulo, Alexandre Vargas teve a coragem de marcar o pênalti inexistente.
Inacreditável.
Calleri cobrou com consciência e empatou.
Aos 29 minutos, outra intervenção do árbitro.
Jonathan Cafu deu uma entrada forte em Arboleda. O VAR alertou o juiz. E ele decidiu dar o cartão vermelho. O cartão amarelo caberia perfeitamente.
Com um a menos, Rogério Ceni adiantou de vez seu time. E conseguiu a virada. Aos 36 minutos, Rigoni bate para o gol e a bola sobra para Nikão, que chuta forte. A bola se desvia em Marcão e engana o ótimo goleiro Walter. 2 a 1, São Paulo.
O Cuiabá não teve força para reagir.
A arbitragem teve toda a participação na vitória tricolor.
Um vexame.
“Claro que teve interferência, a gente estava bem, sem pressão do São Paulo.
“Não poderia marcar um pênalti daquele, a gente sabe que não foi. Inaceitável.
“Inaceitável.
“Respeito o São Paulo, mas não pode. Teve mão e tudo. Não pode um carrinho de um lado ter cartão e do outro nem falta é. A gente tem que ter cabeça no lugar, a gente está evoluindo, mas vamos para cima, não podemos parar.”
O resumo de Walter foi preciso sobre o jogo.
O São Paulo fez uma partida muito fraca. Foi decepcionante.
O time de Rogério Ceni enfrentaria o limitado Cuiabá em crise.
Ele montou uma equipe extremamente ofensiva.
Apenas Pablo Maia era o volante de marcação, em um meio-campo que tinha ainda Igor Gomes, Alisson e Patrick. Na frente, a dupla implorada pela torcida e por grande parte da imprensa: Luciano e Calleri.
O Cuiabá, que demitiu Pintado após a eliminação da Copa do Brasil, tinha a estreia de Luis Fernando Iubel. Ele tratou de montar sua equipe, recheada de veteranos, no 4-5-1. O desejo óbvio era travar o São Paulo.
O Cuiabá, que demitiu Pintado após a eliminação da Copa do Brasil, tinha a estreia de Luis Fernando Iubel. Ele tratou de montar sua equipe, recheada de veteranos, no 4-5-1. O desejo óbvio era travar o São Paulo.
A alegria de Nikão ao marcar o seu primeiro gol com a camisa do São Paulo. Virada (Rubens Chiri / SPFC.NET)
A marcação dava espaço, não estava encaixada. O São Paulo falhava pela precipitação, afobação da equipe grande, que se sentia pressionada por 28 mil torcedores que foram ao Morumbi esperando uma goleada.
Walter fez quatro ótimas defesas, mas o time de Ceni era inconstante. Conseguindo se impor graças ao fato de as linhas de marcação do Cuiabá serem muito recuadas, perto de sua grande área.
Faltavam triangulações pelos lados. Toques de bola mais objetivos. Aproximação dos meias de Calleri, isolado à frente.
Como o São Paulo só tinha um jogador de marcação, o Cuiabá tinha espaço para contragolpear.
E, no lance mais inesperado da partida, ‘achou’ seu gol. Um lançamento para a entrada da área do São Paulo resultou na vantagem do placar do time mato-grossense. Arboleda chutou a bola em cima de Léo e ela sobrou para Alesson, livre diante de Jandrei. Ele acertou a trave. No rebote, Jenison marcou 1 a 0 para o Cuiabá, aos 32 minutos de jogo.
Mesmo instável, o São Paulo chutou 11 bolas ao gol. E Arboleda cabeceou escanteio na trave no primeiro tempo.
No segundo, Ceni abriu de vez o time. Colocou o meia André Anderson no lugar de Pablo Maia. E adiantou ainda mais sua marcação. Sabia que não poderia perder ponto para o Cuiabá no Morumbi.
O Cuiabá voltou para o segundo tempo marcando melhor. Um pouco mais longe de sua grande área, travando o São Paulo na intermediária.
Preocupado, Rogério Ceni trocou dois jogadores aos 14 minutos. Colocou Nikão e Eder nos lugares de Patrick e Luciano. Queria seu time mais veloz pelas laterais do campo. E mais arremates, especialidade do ex-jogador do Athletico Paranaense.
Mas a partida seguia tensa, com o Cuiabá marcando forte.
E o São Paulo se enervando.
Até que o árbitro Alexandre Vargas entrou em ação…
(Cosme Rímoli Cobriu ‘in loco’ as últimas sete Copas do Mundo, sete Eliminatórias para a Copa, quatro Copas América, dezenas de finais de Libertadores, Brasileiros e Campeonatos Paulistas).