Uma campanha foi criada para garantir a alimentação de Pocha e Guillermina que serão transferidas do Ecoparque de Mendoza, na Argentina para o Santuário dos Elefantes (SEB), em Chapada dos Guimarães, a 67 quilômetros de Cuiabá. Mãe e filha, as duas são elefantes asiáticas e vivem há décadas em um recinto de concreto subterrâneo.
Pocha tem 55 anos e vive nas instalações de Mendoza desde 1968, depois de chegar da Alemanha. Guillermina, filha de Pocha e Tamy, tem 22 anos e nasceu no local. A filha nunca conheceu outra realidade além das paredes.
Depois de décadas vivendo nessas condições, as duas iniciarão o processo de transferência para o Santuário dos Elefantes.
De acordo com o SEB, um dos grandes custos diários é com a alimentação oferecida aos elefantes, como feno, frutas, legumes, grãos, melaço, entre outros. A quantidade necessária desses alimentos para os elefantes é muito grande.
Com isso, a campanha foi criada para arrecadar recursos e adquirir os itens de alimentação de Pocha e Guillermina, durante o período de dois meses.
Desde junho do ano passado, as elefantas se preparam para serem transferidas ao Santuário dos Elefantes.
Elas precisam se acostumar com uma caixa de transporte e para isso é feito um treinamento com todos os elefantes que são de outros locais. Eles só ficam nas caixas de transportes quando estão confortáveis para a viagem.
Ao chegar no Santuário, elas vão compartilhar o espaço com Maia, Rana, Lady, Mara e Bambi.
Mãe e filha
Pocha é uma mãe quieta e protetora, enquanto Guillermina tem uma grande personalidade, age como uma criança mimada.
A mãe tem pele clara, parte devido a se esfregar nos muros de concreto e parte devido à sua pele seca. Ela também tem muita pele rosada com pintas pretas, comum com a despigmentação que ocorre nos elefantes asiáticos. Ela tem um sorriso largo e olhos brilhantes.
As duas estão consideravelmente acima do peso e não possuem nenhum problema de saúde conhecido.
Guillermina não conhece o comportamento apropriado dos elefantes, e sua mãe a deixa fazer o que quiser. A elefanta é insegura, tímida e um pouco medrosa. Ambas são curiosas.
A filha tem uma aparência jovem com uma estrutura pequena, pele firme e uma pequena barriga. Sua vida inteira é em recinto de concreto. Ela nunca pôde explorar qualquer forma de vida dinâmica, e, devido a isso, suas inseguranças regulam as poucas escolhas que pode fazer.
Moradoras do SEB
A Bambi tem 58 anos e viveu no circo por mais de 40 anos. Foi apreendida e enviada para zoológicos, onde permaneceu por 10 anos. Ela chegou no Santuário em Setembro em 2020, fica facilmente animada e encontra alegria nas pequenas coisas da vida.
Lady é outra elefanta que viveu no circo por 40 anos. Ela foi confiscada e enviada a um zoológico onde viveu por seis anos. Ela possui alguns problemas de saúde nas patas, doença nas articulações e um abscesso antigo na bochecha que está sendo curado no Santuário.
Quando vivia em um zoológico, fugiu para caminhar três metros e comer um pouco de grama. Lady é insegura, mas muito corajosa e adora explorar. Aos poucos está adquirindo confiança nos humanos e em outros elefantes.
Maia tem 48 anos e chegou no Santuário em 2016. Ela viveu no circo por 30 anos, foi confiscada e, sem ter para onde ir, foi mantida acorrentada na fazenda do advogado do circo por cinco anos.
Ela tem muita personalidade e adora guloseimas.
Já Mara nasceu na Índia e foi levada para um zoológico na Alemanha. Em 1970 foi trazida para a América do Sul para se apresentar em circos e em 1995 enviada para Buenos Aires. Ela chegou ao Santuário em maio de 2020.
Rana tem 60 anos e foi transferida para o Santuário em dezembro de 2018. Ela viveu no circo por 40 anos. Ficou esquecida, sem informações por dois anos, até ser enviada a um zoológico na costa brasileira, onde ficou por sete anos.