Sete dos dez confrontos têm os mandantes como favoritos e ainda que diversos enfrentamentos tenham sido disputados poucas vezes desde 2006 pela Série A devido à rotatividade de clubes, em seis desses enfrentamentos o visitante ainda não conseguiu uma vitória nos pontos corridos com 20 equipes: América-MG, Ceará, Botafogo, Corinthians, Cuiabá e Internacional ainda não venceram fora de casa os rivais desta rodada, e desses, apenas o Inter é considerado favorito neste fim de semana. Ainda que tenham começado derrapando na largada do Brasileirão, Atlético-MG, Palmeiras e Flamengo são as equipes com maior potencial de vitória nesta rodada.

Em parceria com o economista Bruno Imaizumi, analisamos 84.422 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.458 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013 que servem de parâmetro para medir a produtividade atual das equipes a partir da expectativa de gol (xG), métrica consolidada internacionalmente (veja a metodologia no final do texto).

Favoritismos passou a apresentar a média de idade dos times titulares para que você possa comparar o histórico dos clubes neste Brasileirão. Varia muito de jogo a jogo? Uma equipe é muito mais jovem ou muito mais experiente do que a outra? Veja abaixo.
 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Atlético-MG

 

Atlético-MG fez gol em todos os seus 12 jogos como mandante. As duas equipes já se enfrentaram três vezes nesta temporada, com um empate e duas vitórias atleticanas, a última na terça-feira passada, pela Libertadores (2 a 1); de 2006 para cá se enfrentaram quatro vezes pela Série A com mando atleticano, que não perdeu, empatando uma e vencendo três. Nos últimos seis jogos, o desempenho do Atlético-MG é superior. Há vários motivos para o Atlético-MG ser considerado favorito na partida, e os mais pessimistas vão dizer que é por isso mesmo que deve ocorrer uma zebra, afinal, é futebol. A equipe do América-MG tem totais condições de se superar e surpreender, ainda assim, o Atlético-MG é muito favorito, e é de se esperar por gol a partir de jogadas rasteiras, já que a equipe marcou seis dos últimos dez gols em trocas de passes, e o América-MG sofreu metade por cima e metade por baixo entre os últimos dez gols que levou. O América marcou seis dos últimos dez por baixo, mas o Atlético-MG é mais vulnerável pelo alto, tendo levado sete dos últimos dez gols dessa forma.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Athletico-PR

Em campo, provavelmente um confronto de jovialidade contra experiência: o Ceará vem atuando com uma equipe de média etária de praticamente 30 anos, enquanto o Athletico-PR tem usado como titulares em média jogadores com 24,4 anos, diferença significativa de cinco anos e meio, aproximadamente. A vulnerabilidade do Athletico-PR está no jogo aéreo, com oito dos últimos dez gols sofridos tendo sido marcados dessa forma, sem contar pênaltis e faltas diretas. O Ceará fez metade de seus últimos dez gols pelo alto e metade por baixo e neste Brasileirão está com a quarta melhor eficiência visitante, com um gol marcado a cada 9,5 tentativas. Ainda assim, o Athletico-PR sofreu em casa apenas um gol em 27 finalizações contrárias neste Brasileirão, quarta maior resistência mandante. O Athletico-PR fez seis dos últimos dez gols em bolas rasteiras, e o Ceará sofreu assim seis dos nove gols que levou na temporada, sem contar pênaltis e faltas diretas.

 

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Favorito >> Flamengo

De 2006 para cá, o Botafogo não venceu o mandante Flamengo nesse clássico pela Série A do Brasileirão. Apesar do amplo histórico de empates nesse confronto, o Flamengo venceu dois dos últimos três jogos em que foi mandante no Brasileirão. Nesta edição, o Flamengo só permitiu em média 7,0 finalizações aos visitantes em dois jogos, segunda melhor marca defensiva mandante. Já o Botafogo, quando visitante precisou de 9,7 tentativas para cada gol marcado. O Botafogo fez e sofreu metade dos últimos dez gols pelo alto e metade por baixo. Já no Flamengo gol é praticamente sinônimo de jogo rasteiro: marcou assim nove dos últimos dez gols e levou sete dos últimos dez. Até aqui, o Botafogo fez gol em todos os seus nove jogos como visitante na temporada, seis deles pelo Carioca.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Palmeiras

A eficiência ofensiva do Fluminense de um gol a cada 8,5 conclusões, segunda melhor marca visitante do Brasileirão, dá uma esperança para a equipe carioca voltar a vencer fora de casa o Palmeiras pela Série A do Brasileirão, o que não acontece desde 2014. Em 15 confrontos, foram 11 vitórias do Palmeiras e quatro do Fluminense com este mando de 2006 para cá. É um jogo no qual o Palmeiras coloca muita energia. De qualquer modo, a equipe paulista precisará de muita atenção ao jogo aéreo, já que sem contar pênaltis e falta diretas, sofreu com bolas altas seis dos últimos dez gols que levou. O Fluminense faz metade pelo alto e metade por baixo, assim como também sofre gols na mesma proporção. Dos últimos dez gols que marcou, o Palmeiras fez sete em trocas de passes rasteiros. O Palmeiras é o segundo melhor mandante do bimestre (8 V, 0 E, 1 D, 89% de aproveitamento).

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Atlético-GO

 

Neste ano, o Atlético-GO venceu os dois confrontos que teve com o Goiás, pela final do Goiano. No histórico pela Série A, de 2006 para cá se enfrentaram duas vezes com mando do Atlético-GO, e o Goiás venceu ambas. Uma das vantagens do Atlético está na força defensiva. A arte acima indica que o Atlético-GO sofreu apenas um gol em 30 finalizações contrárias quando mandante porque sofreu um gol contra, que não entra no cálculo, já que não há finalização sofrida em gol contra. E isso indica como a equipe está ajustada defensivamente. Por outro lado, o Goiás quando visitante tem sofrido um gol a cada 5,0 finalizações nas derrotas para Coritiba e Avaí, com três gols sofridos em cada partida. A chance do Goiás parece estar no jogo aéreo: faz metade de seus gols pelo alto e metade por baixo, e o Atlético-GO sofreu oito dos últimos dez gol em bolas altas. é um caminho. Em relação ao ataque do Atlético-GO é de se esperar que busque o gol em jogadas rasteiras, com sete dos últimos dez gols sendo marcados assim. O Goiás também leva metade dos gols pelo alto e metade por baixo.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Bragantino

 

O mérito do Bragantino é estar mais equilibrado do que o Corinthians no Brasileirão. A equipe de Bragança é a quarta mandante em precisão ofensiva, com um gol a cada 5,4 finalizações e a quinta mais resistente defensivamente, com um gol sofrido a cada 26 conclusões contrárias. O Corinthians é o visitante mais preciso no ataque, com um gol marcado a cada 6,7 tentativas, mas a quinta pior defesa visitante, com um gol sofrido a cada 7,3 conclusões contrárias, o que tende a ser um problema contra um ataque tão preciso. De qualquer forma, o Bragantino terá um desafio pela frente: sem contar pênaltis e faltas diretas, fez nove dos últimos dez gols e 13 dos últimos 15 a partir de jogadas aéreas, mas o Corinthians vem defendendo muito bem seu espaço aéreo, tendo sofrido apenas quatro dos últimos dez gols em jogadas de bola alta. Só que o inverso também está ocorrendo: o Corinthians marcou sete dos últimos dez gols em trocas de passes rasteiros, mas o Bragantino só sofreu assim três dos últimos três e quatro dos últimos 15 gols.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Santos

 

O jogo tem potencial para ser raro: com o Santos finalizando mais do que seu adversário, o que nesta temporada só ocorreu em cinco de 23 jogos (22%) disputados no ano. O Cuiabá vem com média de 9,8 finalizações por partida, segunda menor do Brasileirão, e o Santos com média de 10,5, sexta menor. Os últimos três jogos disputados pelo Santos foram como visitante, um empate, uma derrota e uma vitória, mas em seus domínios, tem quatro vitórias consecutivas. É o melhor mandante neste início de Brasileirão, com duas vitórias em dois jogos. A expectativa é por gol do Santos a partir de jogada aérea porque o Santos faz metade de seus gols em passes rasteiros e metade pelo alto (sem contar pênaltis e faltas diretas), mas o Cuiabá levou sete dos últimos dez e oito dos últimos 11 gols sendo atacado pelo alto. O Cuiabá também tem chegado mais ao gol com bolas aéreas, marcando assim sete dos últimos dez gols, mas o Santos só sofreu com bolas altas quatro dos últimos dez gols. Na média, nas primeiras rodadas o Santos atuou com titulares 4,3 anos mais novos do que o Cuiabá, que tem média de idade de 29,7 anos.

 

Favoritismos #5 Juventude x Internacional — Foto: Espião Estatístico

Favoritismos #5 Juventude x Internacional — Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Internacional

 

Historicamente, o Juventude quando mandante vence o Internacional pela Série A. De 2006 para cá foram três triunfos em três jogos. Mas o Juventude tem dificuldades defensivas desde o início da temporada, enquanto o Internacional vem de seis partidas de invencibilidade, com uma derrota nas últimas nove partidas. O Juventude marca e sofre gols principalmente a partir de jogadas aéreas, com influência de seis dos últimos dez gols marcados e oito dos últimos dez gols sofridos. Já em partidas do Internacional, é a bola rasteira que mais se transforma em gols, com oito dos últimos dez gols marcados e seis dos últimos dez sofridos. Neste início de Brasileirão, no agregado dos mandos, o Internacional tem a (quarta melhor) média de um gol sofrido a cada 15,0 finalizações contrárias, (média de 11,3 por jogo) e o Juventude tem a segunda pior marca defensiva, com um gol sofrido a cada 7,5 conclusões contrárias e média de 15 finalizações sofridas por partida.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> São Paulo

 

Fortaleza só disputou um jogo como mandante no Brasileirão, conseguiu 22 finalizações e não fez gol. Acabou derrotado pelo Cuiabá por 1 a 0. A ver como o ataque mandante se comportará nesta rodada porque o São Paulo vem de média de 15 finalizações sofridas por partida fora de casa e um gol a cada 7,5. A equipe paulista sofreu quatro gols fora de casa, três do Flamengo e um do Bragantino. O Fortaleza é mais um adversário com projeto de longo prazo, e o São Paulo tem favoritismo muito pequeno nesta partida. É de se esperar que o Fortaleza busque mais o gol em jogadas rasteiras porque foi assim que marcou oito dos últimos dez gols, e o São Paulo sofreu por baixo seis dos últimos dez. Já a equipe paulista tem potencial acentuado para fazer gol em jogada aérea, porque foi assim que marcou oito dos últimos dez gols e 14 dos últimos 16, sem contar pênaltis e faltas diretas, o Fortaleza sofreu pelo alto seis dos últimos dez gols e nove dos últimos 13. No agregado dos mandos, o Fortaleza sofreu um gol a cada 7,0 finalizações contrárias, pior marca do Brasileirão.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Coritiba

Um confronto muito interessante porque o Coritiba vem se mostrando no Brasileirão um visitante muito ofensivo, com a terceira maior média de finalizações fora de casa (17 conclusões por jogo e um gol marcado a cada 11,3 tentativas. Terá o desafio de enfrentar o Avaí, que embora sofra em média 13,0 finalizações por partida (12ª média), permite em apenas 3,5 finalizações certas por jogo aos adversários (terceira melhor média). A expectativa é que as equipes busquem o gol principalmente com bolas baixas, predominante entre os últimos dez gols feitos e marcados pelos dois times sem contar pênaltis e faltas diretas

Metodologia

Favoritismos apresenta o potencial que cada time carrega no Brasileirão 2022 comparando o desempenho nos últimos 60 dias como mandante ou visitante em todas as competições e nos últimos seis jogos, independentemente do mando. Também são consideradas as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro. Os cálculos referentes à influência de bolas altas e de troca de passes rasteiros entre gols marcados e sofridos só consideram as características dos gols marcados em jogadas. Gols olímpicos, cobranças de pênaltis e de faltas diretas não contam para determinar a influência aérea ou rasteira por serem cobranças feitas diretamente para o gol.

Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 84.422 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.458 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013. Consideramos a distância e o ângulo da finalização, além de características relacionadas à origem da jogada (por exemplo, se veio de um cruzamento, falta direta ou de uma roubada de bola), a parte do corpo utilizada, se a finalização foi feita de primeira, a diferença de valor mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização.

O desempenho de um jogador é comparado com a média para a posição dele, seja atacante, meia, volante, lateral ou zagueiro, e consideramos o que se esperava da finalização se feita com o “pé bom” (o direito para os destros, o esquerdo para os canhotos) e para o “pé ruim” (o oposto). Foram identificados os ambidestros, que chutam aproximadamente o mesmo número de vezes com cada pé.

De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo.

O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo intervalo de tempo (o jogo). Para chegar às previsões sobre as chances de cada time terminar o campeonato em cada posição foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.

Favoritismos apresentará também gráficos com a evolução da média móvel em cinco jogos da expectativa de gol (xG) de cada equipe no ataque e o acumulado do que fizeram seus adversários nessas partidas. Para os gráficos, a cada cinco jogos é feita uma média móvel, que é representada pelas linhas de ataque (preta) e defesa (vermelha, que na verdade é quanto o adversário somou em xG em cada jogo). É uma forma precisa de medir o potencial de cada equipe. A linha amarela mostra a diferença entre as produções dos ataques do time analisado e de seus adversários.

*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Felipe Tavares, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, João Guerra, Leandro Silva, Roberto Maleson e Valmir Storti.  (GE)