A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Combate a Corrupção (Deccor), deflagrou na manhã desta terça-feira (03) a operação Chacal, com o objetivo investigar servidores fantasmas, que estariam contratados e recebendo salários e valores referentes a prêmio saúde destinado a função de médico junto ao Hospital Pronto Socorro de Cuiabá.

Sobre esta operação, conforme a Polícia Civil divulgou, que a investigação teve início em 2021 e constatou que servidores da Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá, valendo-se de contratações diretas ocorridas no período da Pandemia de Covid -19, passaram a cadastrar no sistema interno de admissão da secretaria “servidores fantasmas” como se estivessem exercendo as funções de médicos no HPMC, contudo nenhum dos suspeitos eram formados em medicina ou possuíam registro no Conselho Regional de Medicina (CRM).

Até o momento, a Deccor já constatou que seis suspeitos recebem salários e valores referentes a prêmio saúde de maneira irregular, como se fossem médicos.

Relembre 

A Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá já está na oitava gestão em apenas três anos. A pasta teve sete secretários exonerados por escândalos e operações envolvidos. Relembre.

A primeira foi ainda no mandato anterior do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), onde Elizeth Lúcia Araújo pediu para ser exonerada em março de 2018.

Dois meses depois, ela depôs na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Medicamentos da Câmara de Cuiabá que encontrou um sistema fraudulento de compra de medicamentos, onde a empresa Norge Pharma faturava um item, mas entregava outros.

Com a crise, a então secretária pediu para deixar a pasta. Em seguida, Huark Douglas assumiu a vaga. O médico só ficou no cargo por nove meses. Em dezembro de 2018, foi exonerado após ser alvo da Operação Sangria e ser afastado do cargo.

O procurador de Cuiabá Luiz Antônio Possas de Carvalho foi nomeado para assumir o comando da Saúde em Cuiabá. Ele ficou quase dois anos na função, mas pediu exoneração após ser alvo da Operação Overpriced, que investigava a compra de remédios superfaturados durante a pandemia com dispensa de licitação.

Em outubro de 2020, Ozenira Félix foi nomeada secretária de Saúde de Cuiabá, no lugar de Antônio Possas, e ficou até junho de 2021.

Ela saiu após escândalos na secretaria, com nova CPI que investiga medicamentos vencidos encontrados no Centro de Distribuição do município.

No mesmo mês, Célio Rodrigues assumiu o comando da Saúde e teve a gestão mais curta, de um mês. Ele foi afastado do cargo após a Operação Curare ser deflagrada na capital.

A atual gestora é a secretária Suelen Danielen Alliend, que assumiu em agosto do ano passado.