Enfim, o tal ‘Espião Estatístico’ fez uma aposta no Cuiabá, no Campeonato Brasileiro. É para esta quarta rodada, quando o Dourado enfrenta o Atlético na Arena Pantanal. Segundo o ‘Espião’, há forte probabilidade de gol a partir de jogada aérea do Cuiabá, que marcou dessa forma metade de seus últimos dez gols e enfrentará o Atlético-GO, que sem contar pênaltis e faltas diretas, sofreu nada menos que nove dos últimos dez gols com a bola viajando pelo alto. Ainda levou em conta que o Cuiabá levou sete dos últimos gols também pelo alto, mas a equipe goiana só marcou três dos últimos dez gols usando o jogo aéreo.
Veja outras projeções para a rodada deste final de semana:
Atlético-MG, Internacional e São Paulo são as equipes com maior potencial de vitória nesta rodada. Em parceria com o economista Bruno Imaizumi, analisamos 84.199 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.449 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013 que servem de parâmetro para medir a produtividade atual das equipes a partir da expectativa de gol (xG), métrica consolidada internacionalmente (veja a metodologia no final do texto).
A partir desta rodada, Favoritismos passa a apresentar a média de idade dos times titulares para que você possa comparar o histórico dos times neste Brasileirão. Varia muito de jogo a jogo? Uma equipe é muito mais jovem ou muito mais experiente do que a outra?
Nos dois primeiros jogos deste sábado, por exemplo, O América-MG vem usando um time titular na faixa etária de 31,3 anos, enquanto os titulares do Athletico-PR tinham 24,7 anos em média nas primeiras rodadas, uma diferença de 6,6 anos. A outra partida, o Ceará tem usado um time com média de 30,7 anos, enquanto o Bragantino tem variado entre 22,6 e 25,1 anos, diferenças consideráveis.
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> América-MG
As duas equipes vêm buscando o gol principalmente em jogadas rasteiras: sem contar pênaltis e faltas diretas, com seis dos últimos dez gols marcados em trocas de passes, mas como o Athletico-PR sofreu sete dos últimos dez gols em jogadas aéreas, o América-MG pode se aproveitar disso. O América-MG leva metade em jogadas rasteiras e metade pelo alto.
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Bragantino
Tem tudo para ser um ótimo jogo, um grande confronto entre ataques e defesas, principalmente para quem aprecia trabalho defensivo. Dos 20 times da Série A, o Ceará é o que terminou proporcionalmente mais jogos sem levar gol, 12 de 19 (63%), mas isso é mais forte quando visitante (70% dos jogos) do que quando mandante (56%). A partida é um imenso desafio para o Bragantino, que sem contar pênaltis e faltas diretas, marcou nove dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas, mas o Ceará além de só ter levado oito gols na temporada toda (novamente, sem contar dois de pênalti), sofreu apenas dois gols em bolas altas. Por outro lado, o Ceará faz metade dos gols pelo alto e metade em passes, e o Bragantino sofreu oito dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas. Mesmo como visitante, o Bragantino venceu um e empatou outro jogo contra o Ceará pela Série A.
*Ainda não levou gol como visitante, e o registro é o número de finalizações sofridas — Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Atlético-MG
O Atlético-MG tem na temporada o segundo melhor desempenho visitante entre os 20 times da Série A (7 V, 2 E, 1 D, 77%), com o quinto melhor ataque (média 1,70) e a segunda melhor defesa visitante (0,50). O Goiás é o quarto pior mandante da temporada (6 V, 1 E, 4 D, 58%), com o 12º ataque (1,73) e a terceira pior defesa mandante (1,18). A equipe mineira chega ao gol principalmente em troca de passes rasteiros, tendo marcado assim seis dos últimos dez gols, sem contar pênaltis e faltas diretas, mesma proporção dos gols sofridos pelo Goiás, que fez metade de seus últimos dez gols pelo alto e por baixo.
*Ainda não levou gol como mandante, e o registro é o número de finalizações sofridas — Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Cuiabá
Há forte probabilidade de gol a partir de jogada aérea do Cuiabá, que marcou dessa forma metade de seus últimos dez gols e enfrentará o Atlético-GO, que sem contar pênaltis e faltas diretas, sofreu nada menos que nove dos últimos dez gols com a bola viajando pelo alto. O Cuiabá levou sete dos últimos gols também pelo alto, mas a equipe goiana só marcou três dos últimos dez gols usando o jogo aéreo. Ainda que pese o desequilíbrio do Mato-Grossense, o Cuiabá tem o melhor desempenho ofensivo da temporada entre os mandantes (média 2,80), com a quinta melhor defesa (0,50), a segunda com maior proporção de jogos sem sofrer gol em casa (70%). O Atlético-GO tem o nono ataque (1,42) e a oitava defesa (1,00) visitantes.
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Botafogo
Outra partida com forte potencial para gol aéreo: o Botafogo fez e sofreu metade dos últimos dez gols usando bolas altas e metade com jogadas rasteiras, sem contar pênaltis e faltas diretas, e o Juventude marcou seis e sofreu oito dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas. Após três rodadas, o Juventude está com a segunda pior defesa do Brasileirão, com sete gols sofridos (média 2,33). Em toda a temporada, o Juventude tem o segundo pior ataque visitante (0,88).
*Ainda não levou gol como mandante, e o registro é o número de finalizações sofridas — Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Corinthians
Duas equipes que predominantemente estão fazendo gols em jogadas rasteiras, sete dos últimos dez do Corinthians e oito do Fortaleza. O Corinthians também sofreu seis dos últimos dez gols em jogadas rasteiras, mas o Fortaleza sofreu seis pelo alto. A equipe paulista tem a melhor defesa mandante da temporada (média 0,40), com a oitava campanha caseira (7V, 2 E, 1 D, 77%). O Fortaleza tem a 13ª campanha visitante (3 V, 5 E, 2 D, 47%) da temporada, com a sexta defesa (0,90).
*Ainda não levou gol como mandante ou visitante, e o registro é o número de finalizações sofridas — Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Fluminense
Cada um com um único jogo nestas condições de mando, o Coritiba ainda não levou gol como mandante, e o Fluminense ainda não sofreu gol como visitante. Mas o que chama mais a atenção é o que o Coritiba só permitiu cinco finalizações ao Goiás na estreia em casa. No jogo dos dois times tem prevalecido a troca de passes rasteiros com seis dos últimos dez gols feitos e marcados pelo Fluminense e marcados pelo Coritiba, que sofreu por baixo oito dos últimos dez gols. Não será surpresa se as duas equipes jogarem em contra-ataques: o Coritiba já fez e sofreu dois gols em contragolpes em três jogos, e o Fluminense, marcou um, mas não sofreu ainda.
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Internacional
Outro jogo para se esperar por gol rasteiro, já que o Inter marcou em trocas de passes oito dos últimos dez, sem contar pênaltis e faltas diretas, e o Avaí marcou sete dos últimos dez dessa maneira. Entre os gols sofridos, ambos sofreram seis dos últimos dez gols também por baixo. Entre todos os times da Série A o Avaí tem o pior desempenho visitante da temporada (0 V, 4 E, 4 D, 17%), com o pior ataque (0,25) e a 14ª defesa forasteira (1,25). O Internacional é o 14º mandante (4V, 3 E, 1 D, 63%), com o terceiro pior ataque caseiro (1,13) e a 13ª defesa (0,88), mas desde a saída do técnico Alexander Medina, o Internacional venceu os três jogos que disputou, dois deles como visitante.
*Ainda não levou gol como mandante ou visitante, e o registro é o número de finalizações sofridas — Foto: Espião Estatístico
Favorito >> São Paulo
Estarão em campo duas defesas que vêm levando gols principalmente em jogadas rasteiras, seis dos últimos gols, sem contar pênaltis e faltas diretas, mas dois ataques extremamente dependentes do jogo aéreo, o São Paulo com oito dos últimos dez gols e 13 dos últimos 15 conquistados usando bolas altas, e o Santos com sete dos últimos dez gols marcados da mesma forma. O São Paulo só perdeu um dos últimos sete jogos (4 V, 2 E) e dois dos últimos 14 (10 V, 2 E). O Santos perdeu duas das últimas sete partidas (3 V, 2 E). A grande diferença é que em toda a temporada, o Santos fez 12 jogos como visitante e só conseguiu venceu dois (2 V, 6 E, 4 D, 33%), quarto pior desempenho forasteiro entre os 20 times da Série A, e o São Paulo tem o quinto melhor desempenho mandante do ano (9 V, 2 E, 1 D, 81%).
Metodologia
Favoritismos apresenta o potencial que cada time carrega no Brasileirão 2022 comparando o desempenho nos últimos 60 dias como mandante ou visitante em todas as competições e nos últimos seis jogos, independentemente do mando. Também são consideradas as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro. Os cálculos referentes à influência de bolas altas e de troca de passes rasteiros entre gols marcados e sofridos só consideram as características dos gols marcados em jogadas. Gols olímpicos, cobranças de pênaltis e de faltas diretas não contam para determinar a influência aérea ou rasteira por serem cobranças feitas diretamente para o gol.
Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 84.199 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.449 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013. Consideramos a distância e o ângulo da finalização, além de características relacionadas à origem da jogada (por exemplo, se veio de um cruzamento, falta direta ou de uma roubada de bola), a parte do corpo utilizada, se a finalização foi feita de primeira, a diferença de valor mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização.
O desempenho de um jogador é comparado com a média para a posição dele, seja atacante, meia, volante, lateral ou zagueiro, e consideramos o que se esperava da finalização se feita com o “pé bom” (o direito para os destros, o esquerdo para os canhotos) e para o “pé ruim” (o oposto). Foram identificados os ambidestros, que chutam aproximadamente o mesmo número de vezes com cada pé.
De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo.
O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo intervalo de tempo (o jogo). Para chegar às previsões sobre as chances de cada time terminar o campeonato em cada posição foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.
Favoritismos apresentará também gráficos com a evolução da média móvel em cinco jogos da expectativa de gol (xG) de cada equipe no ataque e o acumulado do que fizeram seus adversários nessas partidas. Para os gráficos, a cada cinco jogos é feita uma média móvel, que é representada pelas linhas de ataque (preta) e defesa (vermelha, que na verdade é quanto o adversário somou em xG em cada jogo). É uma forma precisa de medir o potencial de cada equipe. A linha amarela mostra a diferença entre as produções dos ataques do time analisado e de seus adversários.
*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Felipe Tavares, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, João Guerra, Leandro Silva, Mateus Pinheiro, Roberto Maleson e Valmir Storti. (GE)