O Fluminense age com cautela para tratar o assunto, mas Fernando Diniz é quem deverá substituir Abel Braga no comando do Fluminense. Depois de tentar Cuca sem sucesso, a diretoria tricolor já tem um acerto encaminhado com o técnico, de 48 anos e que está livre no mercado. O ge apurou que o diretor executivo de futebol tricolor, Paulo Angioni, é quem está à frente da negociação, e o clube espera fechar a contratação neste sábado. A tendência é que a apresentação do treinador seja na segunda-feira.

O presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, esteve na sede da Ferj na noite desta sexta-feira, onde foi oficializada a reeleição de Rubens Lopes no comando da federação, e saiu sem dar entrevista para a imprensa no local. Mas longe das câmeras e microfones, ao ser questionado por outros participantes da reunião sobre treinador, deu a entender que acerto com Diniz é iminente.

Na última quinta-feira, o ge informou que Diniz já era o nome mais cotado para assumir o cargo deixado por Abel Braga, e na tarde desta sexta os jornalistas Victor Lessa, da “Rádio Globo”, e Gabriel Amaral, do canal “Raiz Tricolor” no YouTube, divulgaram que houve contato e o acerto estava próximo.

Em uma enquete do ge, a torcida se mostrou bastante dividida entre Diniz, Cuca e Renato Gaúcho. A disputa, que ficou no ar durante pouco mais de 24 horas e recebeu cerca de 38 mil votos, terminou com Renato na liderança, com 24,01%, seguido por Fernando Diniz, com 23,82%, e com Cuca em terceiro, com 21,26%. O equilíbrio foi tão grande na votação que a diferença do primeiro para o segundo colocado foi de apenas 0,19%, enquanto a do líder para o terceiro foi de 2,75%.

O primeiro nome que o Fluminense escolheu para a vaga de Abel Braga, que entregou o cargo e encerrou sua carreira de técnico no Brasil, foi o de Cuca. Atual campeão brasileiro, o treinador de 58 anos está livre no mercado desde que deixou o Atlético-MG em dezembro, alegando problemas familiares, mas ele recusou o convite e não pretende assumir nenhum clube por enquanto.

A investida em Cuca foi feita, mas já se imaginava internamente que o treinador seria uma opção improvável neste momento. Com isso, a diretoria tricolor voltou as atenções para o mercado e estudava os nomes. O de Fernando Diniz é o que mais agradava internamente, e as conversas entre as partes tiveram início.

Mário Bittencourt ao lado de Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, em reunião na Ferj — Foto: Raphael Zarko

Mário Bittencourt ao lado de Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, em reunião na Ferj — Foto: Raphael Zarko

O técnico, que teve como seu último clube o Vasco no ano passado e está livre no mercado, já passou pelo Fluminense em 2019, já na gestão de Mário Bittencourt. Em entrevista ao ge em junho de 2021, o presidente tricolor foi questionado de algum arrependimento ao longo da gestão e respondeu:

– Eu não teria demitido o Fernando Diniz naquele momento. É duro dizer isso porque depois veio um treinador que deu mais resultado, que foi o Odair. Mas naquele momento eu não tiraria o Fernando. Acho que o time jogava bem, e a gente ia conseguir sair (da zona) com o Fernando. Mas o comando do futebol não estava na minha mão, faltava estabilidade, ambiente estava muito instável, eu acabei cedendo. Hoje eu faria diferente. Ou se ele tivesse saído eu teria efetivado o Marcão diretamente.

Na época, o então vice de futebol, Celso Barros, foi o grande incentivador da demissão de Diniz, enquanto Mário e Angioni preferiam mantê-lo, mas foram convencidos do contrário. Porém, a relação entre eles continuou boa, e inclusive o treinador jamais entrou na Justiça para cobrar o que o clube lhe devia. Ele aceitou fazer um acordo extrajudicial e não ajuizou o processo mesmo quando o pagamento das parcelas do compromisso atrasava, atitude que foi muito valorizada internamente.

Como noticiado pelo site “NetFlu”, alguns jogadores manifestaram internamente o desejo de trabalhar com Diniz. O ge apurou que não houve uma movimento coletivo para isso após a saída de Abel, mas algumas lideranças do elenco se mostraram favoráveis ao nome em contato com a diretoria. Inclusive atletas que nunca trabalharam com o treinador viram com bons olhos a possibilidade. (GE)