Com a evolução mais acelerada da biotecnologia, a humanidade irá ganhar imensos novos poderes para remodelar a vida, principalmente na saúde humana, mas também nos avanços tecnológicos do agro. A guerra acionou o botão do “Plano Nacional de Fertilizantes”, que se propõe a reduzir nossa dependência da importação de adubos.

Pesquisas na área da microbiologia estão encontrando soluções para amenizar essa dependência principalmente para o nitrogênio e o fósforo. No que se refere ao nitrogênio, uma grande novidade biotecnológica que já vai ser uma realidade a partir deste ano é a seleção de bactérias nitrificadoras em gramíneas, que exigem grande quantidade de nitrogênio para obter alta produtividade.
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A técnica já é utilizada em leguminosas, como a soja e o feijão. No caso das leguminosas as bactérias suprem 100% das necessidades de nitrogênio das plantas. Para as gramíneas, não haverá, por enquanto, essa eficiência total. Mesmo assim, o ganho é altamente significativo promovendo importante redução na necessidade de adubação nitrogenada.

Serão beneficiadas com a nova tecnologia as pastagens, que são basicamente formadas com gramíneas, o milho, o trigo e inúmeras outras gramíneas cultivadas. Quanto ao fósforo, novamente a microbiologia será a solução. Aplicado no solo, via adubação, ele rapidamente se insolubiliza. A cada 100 kg aplicados, estima-se que somente 15 kg, em média, são assimilados pela planta.

Como exemplo de um uso já generalizado de técnicas oriundas da biotecnologia, podemos citar: a ausência total de adubação nitrogenada para as leguminosas (soja, feijão, etc.); soja resistente ao glifosato que permitiu a técnica do plantio direto; cultivares de milho resistentes à lagarta do cartucho.

Estas três tecnologias, já em uso, e as tecnologias emergentes acima citadas, promovem todas elas, ganhos ambientais, redução de custos, aumento de produtividade e carbonização do solo. A transgenia será a principal ferramenta para a seleção de novos cultivares.

Hoje no agro, gestão ambiental e gestão empresarial são inseparáveis. Pelas pressões atuais, qualquer novo avanço tecnológico em qualquer área de pesquisa terá forçosamente que contemplar a conservação da natureza. Com as redes sociais, as ideias estão se reproduzindo numa rapidez nunca antes vista.

Que coisas seriam de fato impossíveis? A lista diminui o tempo todo. Um solo vivo e as raízes das plantas serão os protagonistas do próximo avanço tecnológico da agronomia.

 

*ARNO SCHNEIDER  é engenheiro agrônomo, pecuarista e e membro da Associação dos Criadores de Nelore de Mato Grosso (ACNMT).

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