A inflação vai continuar assombrando o orçamento das famílias brasileiras ao longo de 2022. A prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para este ano, em 7 de janeiro, estava em 5,03%, mas tem sofrido sucessivas altas desde então. Hoje, já há expectativa de que a inflação deve encerrar o ano acima de 9%, patamar próximo ao ano anterior, na avaliação do economista e professor Vivaldo Lopes, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

Em entrevista, o economista destaca que a trajetória do índice é de uma alta persistente.

“Grande parte do mercado já trabalha com 7,5% a 9,5%. É quase a mesma que o ano passado, que foi de 10,06%. Então, há uma tendência de inflação ainda alta, apesar que ela pode ficar um pouquinho menor que a do ano passado. A inflação está persistindo porque não caem os preços dos combustíveis e os preços do transporte”, explica Vivaldo.

Em meio às altas generalizadas, o economista traz um ponto de alívio: o preço da energia elétrica parou de subir e deve reduzir a partir do segundo semestre, já que os reservatórios estão cheios. Porém, os demais itens, como combustíveis e alimentação, que têm grande impacto na inflação, devem continuar aumentando.

Ainda de acordo com Vivaldo, os economistas do Banco Central não têm conseguido efeitos positivos em sua empreitada para conter a inflação, mesmo elevando a taxa básica de juros – a Selic – a um dos patamares mais altos da história. A Selic é utilizada como parâmetro para as taxas praticadas pelos bancos e instituições financeiras.

“Não vejo perspectiva de a inflação reduzir, mesmo com a taxa de juros alta e alguns componentes baixando os preços, como o caso da energia elétrica”, conclui o economista.