Equipes da Polícia Civil e Militar de Mato Grosso realizaram buscas na casa do fazendeiro que aparece abraçado a uma onça-pintada morta com um tiro na cabeça, em Poconé, na região do Pantanal mato-grossense, e apreenderam uma espingarda de calibre .22, nessa sexta-feira (1°). Benedito Nédio Nunes Rondon também teve a prisão preventiva decretada, mas não foi localizado na propriedade e é considerado foragido.

De acordo com o delegado responsável pelo caso, Maurício Maciel Pereira, na fazenda, foi encontrada a mulher do suspeito, que afirmou que o marido possui armas na propriedade. No entanto, a pistola que aparece com o suspeito no vídeo com a onça não foi localizada.

 

Segundo o delegado, dois irmãos de Benedito que também estavam no local informaram que ele saiu da fazenda ainda nessa sexta-feira para ir até a cidade, mas não foi mais encontrado e não fez mais contato com a família.

“Acreditamos que ele já tem conhecimento desses mandados contra ele e está se ocultando. Orientamos a família que a saída mais adequada para ele é se apresentar à polícia”, disse.
Ao ser identificado pelo vídeo divulgado, os policiais conseguiram a localização da propriedade do homem pelo Cadastro Ambiental Rural (CAR). Uma equipe da Polícia Militar   de proteção ambiental esteve no local para tentar localizar o suspeito e materiais usados na caça, mas não conseguiram.

Os policiais encontraram apenas uma espingarda com uma munição intacta, em um curral próximo da sede da propriedade. A arma foi apreendida e encaminhada para a Delegacia de Poconé, como material das investigações do caso.


O caso
O caso é investigado pela Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema) e pela Polícia Judiciária Civil de Poconé. Um vídeo que está circulando nas redes sociais, o suspeito aparece ao lado da onça morta, com uma pistola em cima do corpo do animal.

Durante a filmagem, o suspeito confessa o crime e dizendo que matou a onça no domingo, e ainda zomba sobre o corpo do animal silvestre, dizendo que ela “não valia nada” e que se fosse uma fêmea aproveitaria para ter relações sexuais com o animal.

A Polícia Civil de Mato Grosso registrou que  o suspeito teria outras armas de fogo, além de couro, patas e outros materiais decorrentes de caça ilegal de animais silvestres na casa e na fazenda dele.

 

O que diz a lei
O crime de caça, previsto no Art. 29 da lei 9.605/1998, na seção dos crimes contra a fauna, prevê pena de detenção de seis meses a um ano, e multa. O artigo diz o seguinte: Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida.