A juíza Mônica Perri, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, manteve as prisões de 72 policiais militares presos na  última quinta-feira (31), durante a deflagração da Operação Simulacrum.

Eles são acusados de forjar confrontos para executar, pelo menos, 24 pessoas, em Cuiabá e Várzea Grande.

No começo da noite de sexta-feira (1º), as 11ª e 12ª Varas criminais de Cuiabá realizaram as audiências de apresentação com os acusados.

Foram 72 audiências de apresentação (quando não há flagrante) ligadas à Operação Simulacrum.

Todos os policias militares acusados passaram pelo exame de corpo de delito, e tiveram mantidas as prisões temporárias (até 30 dias, de acordo com a Lei 7.960/89).

Quatro acusados estão em outros municípios, mas a Corregedoria-Geral da PM será notificada sobre necessidade da apresentação deles, no prazo de 24 horas.

Todos serão mantidos em suas lotações de origem – a maioria é viculada aos batalhões Bope, Rotam e Força Táica.

A operação foi deflagrada com base em seis inquéritos, 172, 145, 140, 97, 88, 77, que são investigados pela Delegacia de Homicídios de Cuiabá.

Segundo as investigações conjuntas da Polícia Civil e do Ministério Público do Estado, esses policiais militares armavam emboscadas para que as vítimas, em geral, com ficha criminal extensa, fossem atraídas para locais em que eram simulados confrontos.

Na sexta-feira, o delegado Fausto Freitas, coordenador da DHPP em Cuiabá, informou que a Operação Simulacrum foi deflagrada graças ao depoimento do segurança R.C.S.

Ele contou aos investigadores que, a pedido dos PMs, arregimentava assaltantes para ações criminosas mas detalhava os planos aos policiais militares.

Assim, segundo a Polícia Civil e o Ministério Público Estadual, os PMs conseguiram interceptar as quadrilhas e acabavam matando seus membros.

Além de segurança em empresas privadas, R.C.S. atuava como informante dos policiais militares, pois tinha proximidade com criminosos da Grande Cuiabá. Em troca, ele afirmou que os militares lhe davam dinheiro e bens apreendidos, como aparelhos celulares.

O objetivo das execuções, segundo as investigações, era promover os policiais e seus respectivos batalhões.

Na última quinta-feira, sete PMs já tinham passado por audiência de apresentação e também tiveram as prisões mantidas.