A Polícia Federal de Goiás indiciou 15 pessoas acusadas de movimentar R$ 457 milhões em ouro ilegal nos últimos anos, sendo a maior  parte extraída em Mato Grosso.

 

Eles vão responder por organização criminosa, usurpação de bens da União, receptação qualificada, falsidade ideológica, extração ilegal e lavagem de dinheiro. O material era mandado até para o exterior.

A investigação começou a partir da apreensão de 110 quilos de ouro avaliados em mais de R$ 33 milhões, no 10 de junho de 2019 em Goiânia. Seu destino era a Itália.

 

Com isso, foram detectados indícios da participação de empresas na emissão de notas fiscais falsas com o intuito de acobertar a origem ilegal do ouro.

 

Apurou-se também que uma das prováveis minas, de onde teria sido extraído parte do ouro apreendido, não estava em funcionamento, o que corrobora a tese de que o ouro é de origem ilegal e está sendo esquentado pelos investigados através de empresas de fachada.

 

Ficou constatado que apesar de uma das empresas envolvidas atuar na exportação de ouro para a Europa, não há registro de comércio exterior em seu nome.

 

Por mais de dois anos, a Superintendência da PF em Goiás empenhou-se em identificar as pessoas por trás do minério ilegal.

 

A investigação descobriu que o grupo possuía uma articulação bem estabelecida, com representantes em outros estados e que já havia explorado, transportado e comercializado mais de 1,5 tonelada de ouro ilegal, ou seja, quantidade avaliada hoje em quase meio bilhão de reais.

 

Após a apreensão feita em Goiânia, a PF deflagrou a Operação Céu Dourado em outubro de 2019, com cumprimento de 24 mandados de busca e apreensão em locais não só de Goiás, mas também no Mato Grosso e em São Paulo.

 

Duas aeronaves utilizadas pelo grupo para transportar o ouro foram apreendidas em Mato Grosso.

 

Todos os agentes envolvidos foram identificados pela PF, desde os garimpeiros e intermediários que faziam a pesagem e beneficiamento do minério até os grandes empresários que adquiriam o ouro e o transportavam em aviões com notas fiscais falsas. Foram descobertas, ainda, pessoas que financiavam o grupo para a manutenção dos crimes.

Em Goiânia

 

Os empresários por trás do esquema seriam de Goiânia, onde mantinham imóveis de alto valor, segundo a PF. Após o início das investigações, eles se desfizeram dos bens na capital para tentar se esquivar da ação penal.

 

As pessoas que auxiliaram esses empresários no processo de lavagem de dinheiro também foram identificadas pela PF e indiciadas pelos crimes respectivos.