A juíza Danila Gonçalves de Almeida, da Vara Federal Cível e Criminal de Barra do Garças, determinou o bloqueio de contas do cacique Damião Paridzané, acusado pela polícia federal de receber indevidamente cerca de R$ 900 mil pelo arrendamento ilegal de áreas da Terra Indígena Marãiwatsédé, para grandes fazendeiros.

“Entendo haver-se reunido indícios suficientes do recebimento de valores por Damião Paridzané provenientes do arrendamento ilegal de áreas na Terra Indígena Marãiwatsédé, suficientes para se acolher o pedido de sequestro de valores, razão pela qual determino o bloqueio de todos os valores depositados nas contas vinculadas a Damião Paridzané”, diz trecho da decisão.

Na quinta-feira (17), os policiais federais encontraram R$ 13,6 mil em espécie na caminhonete de luxo, supostamente, do cacique Damião Paridzané.

O indígena é um dos alvos da polícia, que apura um esquema de arrendamento ilegal da Terra Indígena. As investigações apontam que o cacique recebia propina de R$ 900 mil mensais no esquema.

O esquema de arrendamento envolveu o líder Xavante, servidores da Funai de Ribeirão Cascalheira e fazendeiros de grande poder aquisitivo.

Operação Res Capta

A operação investiga crimes de constituição de milícia privada, corrupção ativa e passiva, porte ilegal de arma de fogo, abuso de autoridade e crimes ambientais diversos cometidos, em tese, por grupo formado por três indivíduos, um servidor da Fundação Nacional do Índio (Funai), um militar da ativa da PM e um ex-policial militar, ambos do Amazonas.