Mesmo fora do plantel da Chapecoense desde 2020, Alan Ruschel ainda segue ligado ao clube catarinense. O capítulo mais recente da história entre Verdão do Oeste e o lateral-esquerdo é polêmico.
Ao contestar o pagamento de uma dívida cobrada pelo jogador na Justiça, a Chape afirmou que a tragédia aérea, que ocorreu em 29 de novembro de 2016, na Colômbia, foi benéfica a ele.
No documento ao qual o ge teve acesso, a Chapecoense diz que “o acidente deu notoriedade ao reclamante e alavancou os seus ganhos”. Além disso, destacou que a imagem de Ruschel passou a ter notoriedade mundial após a queda.
– Ainda, a fim de se evitar preclusão, cumpre-se gizar que o reclamante não foi vítima de um acidente, pelo contário, foi um sobrevivente, abençoado pela força divina e, dentre aqueles ligados diretamente ao futebol, o ÚNICO que continua a desenvolver suas atividades identicamente ao período anterior.
– Efetivamente, o acidente deu notoriedade ao reclamante e alavancou seus ganhos, bastando-se verificar o histórico em sua carteira de trabalho, sua imagem valorizou e passou a ter notoriedade mundial – complementou o clube.
Alan Ruschel se defende
O lateral-esquerdo se pronunciou sobre o assunto nesta sexta-feira e disse que ficou revoltado com a defesa do clube no processo por danos morais. De acordo com ele, a Justiça foi acionada apenas após a Chapecoense não cumprir com o pagamento dos valores acordados.
– Eu tive acesso a defesa do clube, e eles alegam que eu não sou vítima do acidente e, sim, um sobrevivente. Afirmam que a tragédia me trouxe benefícios. Estão sendo levianos e despreparados na condução de um assunto tão importante. A minha vida precisava continuar, mas isso não tira responsabilidade do clube. Só eu sei os traumas que carrego comigo, o esforço, a luta para voltar a jogar. Hoje tenho oito parafusos nas costas, não quero me vitimizar, mas apenas para deixar essa situação clara. Afirmar que minha vida seguiu normal é um absurdo, não só comigo, mas também com os familiares das vítimas do acidente.
O acidente
O avião que levava a delegação alviverde para a Colômbia caiu na madrugada do dia 29 de novembro de 2016. O time se preparava para o primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana. Foram 71 vítimas fatais entre jogadores, funcionários, convidados e jornalistas. Dos seis sobreviventes, quatro eram brasileiros: os jogadores Alan Ruschel, Neto e Jakson Follmann, e o jornalista Rafael Henzel.
Acidente ocorreu em novembro de 2016 — Foto: ADRIANO VIZONE/FOLHAPRESS
Posicionamento da Chapecoense
A Chape se pronunciou no fim da tarde desta sexta-feira por meio de nota oficial no site, confira:
“A Associação Chapecoense de Futebol vem a público a fim de manifestar-se acerca da exposição dos argumentos de defesa referente à ação trabalhista proposta pelo atleta Alan Ruschel. Quanto a isso, o Clube reitera que:
– Quaisquer manifestações acerca do assunto serão feitas exclusivamente nos autos do processo. O Clube não comentará nem discutirá argumentos processuais por meio da imprensa ou em redes sociais;
– Independentemente de qualquer situação, a atual gestão do Clube deseja manter diálogo com todas as famílias das vítimas e demais envolvidos na tragédia de 29 de novembro de 2016.” (GE)