Enquanto a CBF discutia seu futuro e lidava com uma nova crise no Rio de Janeiro, grandes clubes do país se reuniam na sede do banco BTG em São Paulo para avançar nas discussões sobre a criação de uma liga para organizar o Campeonato Brasileiro.
Estiveram no encontro, organizado pela Codajas Sports Kapital, uma das empresas que pretende organizar a liga, dirigentes de Flamengo, Palmeiras, Corinthians, São Paulo, Santos, Red Bull Bragantino, Cruzeiro, Vasco, Fluminense, Internacional, Grêmio e Atlético-MG.
Este último atuou como uma espécie de embaixador do “Forte Futebol”, movimento criado na semana passada por 10 clubes que se apresentam como emergentes – América-MG, Atlético-GO, Athletico-PR, Avaí, Ceará, Coritiba, Cuiabá, Fortaleza, Goiás e Juventude.
O Galo se comprometeu a levar o teor da conversa para os clubes do bloco, com o objetivo de fazê-los participar da próxima reunião, prevista para meados de março.
Dirigentes do grupo Forte Futebol consultados pelo ge confirmaram que este é o plano, mas deixaram claro que, sem a presença do bloco inteiro, nenhuma negociação deve avançar.
Na reunião ficou claro que ainda há muitas visões diferentes sobre o tema – há quem precise de dinheiro imediatamente, há quem pense em longo prazo. O grande nó em qualquer conversa sobre liga é a divisão do dinheiro. Esse assunto ficou para as próximas reuniões.
A Codajas pretende formar o que chama de “chassis” da liga, uma estrutura – esportiva, comercial, jurídica etc – que só num segundo momento passaria a captar investidores. Esse papel caberia ao BTG.
Procurado, o banco não quis comentar. Mas, segundo o ge apurou com pessoas que participaram das últimas reuniões, o banco avalia que caso formem uma liga os clubes brasileiros podem, no curto prazo, faturar até três vezes mais do que hoje.
O banco estima que, depois de formada a estrutura, a liga poderia receber os investimentos dentro de um prazo de 150 dias.
Ao contrário da XP, por exemplo, o BTG não pretende – pelo menos neste momento – atuar para buscar investidores em clubes interessados em se transformar em SAF. O foco do BTG é trabalhar pela formação da liga. (GE)