A Rússia iniciou uma operação de invasão da Ucrânia na madrugada desta quinta-feira (24). O presidente Vladimir Putin ordenou uma ação militar no leste da Ucrânia, onde estão as regiões separatistas que ele reconheceu como independentes.

Ao discursar, o presidente russo fez ameaças e disse que quem tentar interferir sofrerá consequências nunca vistas.

Assim se posicionaram os países nesta quinta:

Condenam o ataque
Alemanha
Bélgica
Estados Unidos
França
Israel
Japão
Reino Unido
República Tcheca
Turquia

Apoiam a invasão
Belarus
Venezuela

E a China?
A China apenas emitiu um comunicado dizendo que a Rússia é um país independente e pode tomar suas próprias decisões. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores evitou falar em invasão.

E o Brasil?
O Itamaraty não “condenou” a ação de Putin, o que não considerou uma invasão.

O governo brasileiro acompanha com grave preocupação a deflagração de operações militares pela Federação da Rússia contra alvos no território da Ucrânia.

O Brasil apela à suspensão imediata das hostilidades e ao início de negociações conducentes a uma solução diplomática para a questão, com base nos Acordos de Minsk e que leve em conta os legítimos interesses de segurança de todas as partes envolvidas e a proteção da população civil.

Como membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Brasil permanece engajado nas discussões multilaterais com vistas a uma solução pacífica, em linha com a tradição diplomática brasileira e na defesa de soluções orientadas pela Carta das Nações Unidas e pelo direito internacional, sobretudo os princípios da não intervenção, da soberania e integridade territorial dos Estados e da solução pacífica das controvérsias.

No dia 16, em visita oficial a Moscou, o presidente Jair Bolsonaro esteve com Putin e, em sua fala ao lado do presidente russo, não mencionou a crise diplomática.

“Senhor presidente, compartilhamos de valores comuns, como a crença em Deus e a defesa da família. Também somos solidários a todos aqueles países que querem e se empenham pela paz”, disse Bolsonaro.

Veja as manifestações em detalhes:

Estados Unidos
Joe Biden condenou, em comunicado oficial da Casa Branca, a decisão de Moscou.

“O presidente Putin escolheu uma guerra premeditada que vai causar uma perda catastrófica de vidas e sofrimento humano. A Rússia sozinha é responsável pelas mortes e pela destruição que este ataque vai causar, e os Estados Unidos e seus aliados vão responder de uma forma unida e decisiva. O mundo vai responsabilizar a Rússia.”

 

Reino Unido
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, se disse chocado com o ataque não provocado da Rússia. Afirmou que Putin escolheu o caminho “do derramamento de sangue e destruição” e que o Reino Unido vai responder de forma decisiva.

 

França
O presidente francês, Emmanuel Macron, condenou a decisão da Rússia de atacar a Ucrânia. E pediu que as operações militares parem imediatamente.

 

China
O Ministério das Relações Exteriores da China disse que a Rússia é um país independente e pode tomar suas próprias decisões com base em seus próprios interesses.

A porta-voz do ministério evitou falar em invasão, mas pediu que a paz possa prevalecer na região. Cobrou que as partes envolvidas retomem o diálogo e a negociação para que a situação não saia ainda mais do controle.

Belarus
O presidente Alexander Lukashenko afirmou nesta quinta-feira que pode ceder tropas para a Rússia na invasão à Ucrânia.

A ex-república soviética é uma das aliadas de Moscou.

Belarus também suspendeu voos civis em seu espaço aéreo.

União Europeia
O mais alto diplomata da União Europeia, Josep Borrell, disse que a Europa vive “o momento mais sombrio desde o fim da segunda guerra mundial”. Chamou a atitude russa de “inaceitável e intolerável”.

Alemanha
O chanceler Olaf Scholz qualificou a operação militar russa de uma “violação flagrante” do direito internacional, que provocou um “dia sombrio” em toda a Europa.

“A Alemanha condena nos termos mais enérgicos possíveis este ato inescrupuloso do presidente Putin. Nossa solidariedade está com a Ucrânia e seu povo”, acrescentou Scholz em um comunicado.

 

Japão
O primeiro-ministro Fumio Kishida disse que o Japão condena fortemente as ações unilaterais da Rússia. Kishida disse que instruiu as suas autoridades relevantes a fazer todo o possível para garantir a segurança dos cidadãos japoneses na Ucrânia.

 

Bélgica
O ministro da Imigração da Bélgica, Sammy Mahdi, disse, em comunicado, que quer a União Europeia pare de emitir vistos para todos os cidadãos russos, incluindo estudantes, trabalhadores e turistas, disse o ministro do asilo nesta quinta-feira em resposta ao ataque de Moscou à Ucrânia.

“No momento, os russos não são bem-vindos aqui”, disse Mahdi, acrescentando que isso deve afetar estadias de curto e longo prazo.

Israel
Israel condenou as ações russas na Ucrânia e pediu às potências mundiais que resolvam a crise rapidamente.

“O ataque da Rússia à Ucrânia é uma grave violação da ordem internacional. Israel condena o ataque”, disse o ministro das Relações Exteriores, Yair Lapid, em um comunicado televisionado nesta quinta-feira (24).

 

República Tcheca
O presidente da República Tcheca, Milos Zeman, disse que o ataque da Rússia à Ucrânia é “crime contra a paz” e exige uma resposta por meio de duras sanções, incluindo o corte do país do sistema de pagamentos internacionais Swift.

“É preciso isolar um homem louco. Não apenas defender-se dele com palavras, mas com medidas concretas.”

Eslováquia
O primeiro-ministro da Eslováquia, Eduard Heger, disse nesta quinta-feira (24) que ajudará refugiados da Ucrânia. O país anunciou o envio de até 1.500 tropas para a fronteira para auxiliar a saída de ucranianos.

Turquia
O Ministério das Relações Exteriores da Turquia disse que o ataque russo contra a Ucrânia é uma violação das leis internacional e uma ameaça à segurança global.

Venezuela
Na última terça-feira (22), Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, se declarou a favor das decisões tomadas por Vladimir Putin.

“A Venezuela está com Putin, está com a Rússia, está com as causas corajosas e justas do mundo, e vamos nos aliar cada vez mais”, disse Maduro em encontro com ministros transmitido pela televisão.