O Tribunal do Júri absolveu, nesta quarta-feira (23), o empresário Josino Guimarães, que era acusado de ser o mandante do assassinato do juiz Leopoldino do Amaral, em 1999. Ao longo de três dias, o júri escutou testemunhas, defesa e acusação e concluiu que Josino não teve participação no crime.
A principal tese da acusação era de que, apesar de não haver provas documentais ou testemunhais que comprovassem a participação de Josino no crime, ligações entre eles e outros envolvidos no homicídio seriam de concluir a autoria.
A defesa, por outro lado, argumentou condenação de Beatriz Árias, que confessou ter assassinado o juiz, com a ajuda de seu tio, Marcos Peralta, que morreu antes de sofrer condenação. Também desqualificou depoimentos de outras testemunhas, supostamente colhidos sob “pressão e terror”.
O veredito confirma decisão do júri anterior, em 2011. A conclusão dos jurados à época, contudo, foi considerada contraditória, o que levou à anulação da primeira absolvição.
Leopoldino Amaral foi assassinado dias antes de prestar depoimento em Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o Judiciário. Ele denunciou diversos magistrados mato-grossenses por irregularidades, como venda de sentença. Josino Guimarães seria lobista nessas comercializações.
Nesta quarta, a defesa do empresário, também tentou desqualificar as denúncias feitas pela vítima, que ficaram sem apuração. Segundo o advogado João da Cunha, que patrocinou a defesa de Josino, Leopoldino teria fugido para o Paraguai, onde seu corpo foi encontrado, porque ele mesmo teria cometido crimes no exercício da função de juiz.
Diante da negativa do Ministério Público Federal (MPF), que afirmou que não irá recorrer da decisão, o caso chega a um desfecho quase 23 anos depois do crime, ocorrido em setembro de 1999.