O Comitê de Apelação da Fifa rejeitou um recurso apresentado por Rogério Caboclo, presidente afastado da CBF, que tentava derrubar a abrangência mundial de uma punição aplicada pela CBF ao dirigente, por assédio moral e sexual contra uma funcionária. O caso foi revelado pelo ge em junho de 2021.
Na prática, isso significa que Caboclo não pode ocupar cargos no futebol fora do Brasil. Até ser afastado pela CBF, ele fazia parte do Conselho da Conmebol – cargo que também perdeu. Caboclo ainda pode apelar ao TAS (Tribunal Arbitral do Esporte)
Em setembro do ano passado, a Assembleia Geral da CBF endossou uma punição sugerida pela Comissão de Ética e suspendeu Caboclo por 21 meses. Poucos dias depois, a Fifa deu abrangência mundial à punição.
Na época, em nota enviada ao ge, Rogério Caboclo afirmou que “o acolhimento da punição pela Fifa é automático e não analisa o mérito do caso em si e nem a lisura do processo que resultou no afastamento, que é injusto e ilegítimo”.
Nesta semana, tanto Caboclo quanto a CBF receberam da Fifa os fundamentos da decisão. O documento, assinado pelo presidente do comitê de apelação, Neil Eggleston, confirma os argumentos pelos quais a CBF puniu Caboclo – e ainda informa que o dirigente teve que pagar o valor de 1.000 francos suícos (R$ 5.450) de custos do processo.
Nova punição na CBF
Nesta quinta-feira, a Assembleia Geral da CBF volta a se reunir para votar outra punição sugerida pela Comissão de Ética contra Rogério Caboclo. Agora se trata de uma suspensão de 20 meses, por assédio moral contra o diretor de TI da entidade, Fernando França. O caso também foi revelado pelo ge.
Caso a punição seja aprovada, o que é dado como certo na CBF, a soma das penas vai ultrapassar a duração do mandato de Caboclo na presidência – que vai até abril de 2023. Por isso, uma nova eleição deverá ser convocada, para decidir quem vai concluir o mandato de Caboclo.
Só podem participar destas eleições os oito vice-presidentes da entidade. O atual presidente interino da CBF, Ednaldo Rodrigues, é o favorito.
Além das denúncias que já foram julgadas pela Comissão de Ética, há outras duas que ainda estão sendo investigadas – ambas apresentadas por ex-funcionárias da CBF, que também acusam Rogério Caboclo de assédio sexual e assédio moral. O dirigente nega todas as acusações. (GE)