O dia 13 de fevereiro de 1946 foi marcado pelas Nações Unidas como o dia da criação do rádio. Também, no ano de 2011 foi proclamado, na Conferência Geral da UNESCO, o Dia Mundial do rádio, eternizandoessa importante comunicação em massa.

O rádio, ou melhor, um rádio acompanha diariamente as pessoas, em algum momento do dia. O alcance é sem igual, aliás, igualando a todos num universo mágico em que não há classes sociais diferentes. Entrar em um coletivo ou no próprio veículo. Cozinhar. Esperar por algo ou por alguém e contar com a companhia dele, do rádio, é um prazer.

 

Leia Também:

– No tempo dos sábios…

– Dualidade invisível

– Autonomia moral

– Existir e ser

– Paz e guerra

– A um passo da felicidade

– Os que lutam, a glória

– Humanos conceitos

– Os modelos mentais!

– Momentos de delírios…

– Política, moral e sanção

– Identidade social

– Toda honra, toda glória!

– Deus existe?

– Verdade? Não, fofoca

– Dignidade

– Fatos e ilusões!

– Súditos…

– Quem somos?

– Democracia e constitucionalismo

– Modernidade implacável

– Espinhos…

– Pensar e existir

– Verdade sobre si mesmo

– Corpos não mentem

– Fígado saudável, alma que suporta…

– Uma lógica, apenas!

– O mito da imparcialidade

– Versos e verdades

– Os Santificados…

– Mitos e verdades

– Direito e moral

– O real e o sonhado

– Verdade e consequência

– Ética e autenticidade

-Caráter e destino

– Sejas

-As cigarras!

-Se viver, verá!

-Mal, por misericórdia

-Intuição, valores

-Viver e melhor

-Qualquer pensamento, qualquer existência

-Um sonhador!!!

-Cuidado

-Eles Vivem?

-Paz e amor

-Consciência, de Chico

-Felicidade, a quem?

-Somos, missão e dever!

-Liberdade como pena

-Alegria, alegria…

-Do pensamento, felicidade!
-Sou por estar

-Liberdade sem asas

-Utopia para caminhar…

-Amar, de menos a mais
-Ouvir e calar
-Rir e chorar
-Somos e sermos…
-Violência circular
-Dever para com o povo
-A verdade que basta

 

Com linguagem bastante coloquial e forma de conversar descontraída, esse é um instrumento de grande importância na comunicação. Aliás, é um meio democrático e sem discriminação. Não se vê, apenas se escuta. Não se sabee nem se conhece imagens, apenas vozes. A popularidade faz com que os brados adentrem no dia de cada um, até sem licença pedir, como se amigos e amigas fossem.  Informações, notícias de utilidade pública, e até fofocas são narradas. E por quanto tempo a rádio aproximou pessoas, mandando recados em época em que o telefone e a internet não se faziam presentes?

No ano da tão famosa ‘Semana da Arte Moderna’, 1922, o país ganhou a sua primeira transmissão de rádio, Corcovado, Rio de Janeiro. Lá em 1932 foi permitido que as rádios pudessem inserir campanhas publicitárias em sua rede de programação, alavancando a sua importância. Transmissões e artistas se fizeram com as novelas e programas de rádio. Sons deram asas à imaginação.

Na atualidade tem se adaptado muito bem à tecnologia, com banda larga, transmissões de áudios, entrevistas por telefone e ligações por WhatsApp. Esporte, música, cultura, política, saúde, polícia, assuntos do momento, temas informativos e de utilidade, nada é deixado de lado. Ainda bem! As Frenéticas eternizaram: “Nós somos as cantoras do rádio/ Levamos a vida a cantar/ De noite embalamos teus sonhos/ De manhã vamos de acordar.”

Na minha família, a paixão acalorada pelo rádio. Meu pai, deputado Gilson de Barros, com o seu programa político e jornalístico BEDELHO. Tio Evaldo de Barros, entoando o amor pelo futebol etc. O meu doce e adorável Rosana, percorreu considerável trecho da sua história com o programa “Conversa com a Defensora Pública”,via Rádio Alvorada de Rosário Oeste.

Também passei pelo rádio, e seria razoável afirmar estar por lá até hoje. Quando bastante jovem, como repórter do radialismo, pude acompanhar fatos históricos de Mato Grosso. Como destaque, a memória da rebelião do Presídio do Carumbé, no ano de 1989. Mães e esposas aos prantos, pessoas se oferecendo para serem trocadas por outros reféns, IML e rabecão retirando corpos. Dia e noite sem sair do local para não perder detalhes depossíveis notícias. Certa vez, e isso não serei leviano em narrar pormenorizadamente, este novel radialista “manda a real”numa entrevista sobre a constituinte. Demissão. O afeto e o respeito perduram.

Valorizar a audição e estimular a imaginação, fácil acesso de interlocução com os ouvintes e liberdade são características marcantes desse meio de comunicação.Atualmente, os programas até informam sobre o trânsito, oferecendo caminhos opcionais para que a sociedade possa se deslocar com maior facilidade dentro das grandes cidades. É fantástico.

O termo “Sociedade de Massa” tornou certa a homogeneização da língua, de interações e costumes, deixando neutras diferenças no corpo social, desburocratizando-as. O filósofo José Ortega y Gasset se utilizou do verbete “homem-massa” para tratar daqueles que se conformam sem qualquer questionamento.

Ainda, Foucaut tratou em ‘Vigiar e Punir’ da forma de se controlar pessoas em massa. Adorno e Horkheimer, da Escola de Frankfurt, cunharam o termo “cultura de massa”, afirmando que não há produção, mas, sim, reprodução com a finalidade de atingir o maior número de pessoas.

Já os sociólogos, se debruçaram sobre o tema para tratar, primordialmente, do que isso traz para a sociedade. Hábitos são popularizados. Bons ou ruins, a escolha deve ser individual.

A bem da verdade, precisou de companhia?O bom e velho quadradinho, agora com opcionais não vistos outrora, nunca te deixará só.

Marilyn Monroe eternizou: “Não é verdade que eu não tinha nada, eu tinha o rádio ligado.”

É por aí…

 

*GONÇALO ANTUNES DE BARROS NETO (Saíto)   é formado em Filosofia e Direito pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT); é membro da Academia Mato-Grossense de Magistrados (AMA), da Academia de Direito Constitucional (MT), poeta, professor universitário e juiz de Direito na Comarca de CuiabáE é autor da página Bedelho Filosófico (Face, Insta e YouTube).

E-MAIL:                    antunesdebarros@hotmail.com 

 — — — —

CONTATO:               bedelho.filosofico@gmail.com

 — — — —

FACEBOOK:             www.facebook.com/bedelho.filosofico