Uma onça-pintada foi domesticada por funcionários de uma fazenda próxima a Cáceres, a 220 km de Cuiabá, após perder a mãe nas queimadas que ocorreram no Pantanal em 2020. Nesta quinta-feira (3), o animal foi resgatado por instituições ligadas à preservação da fauna, após solicitação do próprio dono da propriedade.

Em imagens registradas pelos agentes responsáveis pelo resgate é possível ver ‘Marruá’, como é chamada, caminhando tranquila ao lado das pessoas.

O animal foi encontrado dentro da sede da fazenda. Em um vídeo, ela brinca com um dos policiais pela janela da casa.

Segundo a Polícia Ambiental, apesar de ser ‘mansa’ com pessoas, ‘Marruá’ passou a matar os animais criados na propriedade e, por isso, o fazendeiro decidiu pedir ajuda para leva-la para um local mais adequado.

A captura da onça-pintada foi feita pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), Polícia Militar Ambiental e voluntários da ONG NEX – No Extinction, que cuida da preservação de grandes felinos.

A onça será levada para Goiás e ficará sob os cuidados da ONG. Na nova casa, ela deverá será tratada e reinserida ao habitat natural.

Perda do habitat

Além de ‘Marruá’, estima-se que cerca de 4,65 bilhões de animais foram afetados com as queimadas no Pantanal em 2020.

O artigo intitulado de “Pantanal está pegando fogo e só uma agenda sustentável pode salvar a maior área úmida do mundo” mostra que dentre as espécies de animais mais afetadas com as queimadas estão: as onças-pintadas, a águia-solitária-coroada, o tamanduá-bandeira, o cervo-do-pantanal e a arara-azul.

À época, 85% do Parque Estadual Encontro das Águas, localizado na região de Porto Jofre, em Poconé (MT), que abriga maior refúgio de onças-pintadas no mundo foi destruído pelos incêndios.

Entre 1º de janeiro e 30 de novembro de 2020, as queimadas atingiram 4,5 milhões de hectares, em 21 municípios que compõem o Pantanal, em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, conforme relatório técnico elaborado pelos setores de geoprocessamento do Ministério Público.

Segundo monitoramento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 2020 foi o que teve mais registros de fogo no Pantanal desde o fim da década de 1990.