A maior expectativa para as estreias no Campeonato Carioca era do Fluminense, clube que mais se reforçou entre os quatro grandes do Rio de Janeiro. Mas acabou sendo a maior das decepções ao terminar a primeira rodada da Taça Guanabara como o único entre os rivais que perdeu. A derrota por 1 a 0 para o Bangu na noite de quinta-feira, no Luso-Brasileiro, frustrou a torcida e já desencadeou uma enxurrada de críticas em cima do time e do técnico Abel Braga. A análise é de Thiago Lima para o GE. Confira:
E um detalhe é que o Fluminense não perdia para o Bangu há 22 anos, desde 1998, quando tomou um 2 a 1 em Moça Bonita. Até por isso, o 2022 tricolor começou com vaias, gritos pedindo a volta de Marcão… “Ah, mas foi só o primeiro jogo da temporada”. Sem dúvidas, é preciso relativizar o resultado nesse contexto e dosar as críticas. Porém, já há algumas lições que precisam ser tiradas para as próximas partidas. E a arbitragem ruim de Alex Gomes Stefano não pode ser usada como desculpa.
O tão aguardado 3-5-2, com Felipe Melo de líbero, por exemplo. Como Abel mesmo argumentou na entrevista coletiva, é cedo para saber se vai ou não dar certo. Nitidamente é preciso um entrosamento maior da formação, que deixou muitos buracos na defesa contra o Bangu. Mas justamente por questões de entrosamento não parece ideal fazer tanta variação tática nos primeiros jogos de uma temporada. O Fluminense depois do gol sofrido já adiantou Felipe Melo para o meio de campo, recuou os alas e voltou para o segundo tempo no 4-3-3, com Luiz Henrique no lugar do volante.
Abel Braga testou diferentes variações táticas diante do Bangu — Foto: Thiago Ribeiro/AGIF
O atacante, então, é outra questão. Depois de ter sido destaque do time em 2021, ele não pode começar a temporada no banco – e a justificativa da Covid-19 soa como desculpa, pois Samuel Xavier e Marcos Felipe também contraíram o vírus, e depois de Luiz Henrique, e foram titulares normalmente na estreia. O time visivelmente melhorou após a sua entrada, mesmo contra um adversário todo retrancado, e passou a criar mais. O garoto dá uma velocidade que o Fluminense não tem na escalação que começou o jogo contra o Bangu, e Abel vai precisar arrumar uma vaga para ele.
Outra coisa que não dá para entender: se há dois grandes centroavantes no elenco em uma acirrada disputa pela titularidade, o preterido para a partida não pode entrar só aos 35 minutos do segundo tempo. Ainda mais com o time perdendo o jogo. E foi o que aconteceu com Cano. Sendo que não dava nem para dizer que Fred estava “voando” em campo para merecer ficar até o final, muito pelo contrário. O argentino acabou participando muito pouco, mas se movimentou bem, sofreu um pênalti duvidoso dado equivocadamente fora da área e deixou a sensação na estreia de que merecia minutagem maior.
Voleio de Fred foi uma das quatro chances de gol do Flu no segundo tempo — Foto: André Durão
E sobre o jogo em si, foi um tempo de cada time. O Bangu poderia ter ido para o intervalo com 2 a 0 no placar, e o Fluminense na etapa final criou o suficiente até para virar, mesmo sem jogar bem. Foram 17 finalizações ao todo do Tricolor, sendo cinco chances de gol: o chute colocado de Willian Bigode que raspou a trave no primeiro tempo; a finalização por cima do travessão de Nathan após a jogada de Luiz Henrique, já na etapa final; a sobra de Martinelli na área e sem goleiro depois de um escanteio; o drible e o chute de Fred na área buscando o ângulo; e o voleio do camisa 9, que pegou mal na bola.
Com a derrota para o Bangu, o Fluminense terminou a primeira rodada da Taça Guanabara em penúltimo lugar, empatado com o Resende, sem nenhum ponto, com um gol sofrido e -1 de saldo. Os jogadores se reapresentam na tarde desta sexta-feira, no CT Carlos Castilho, e voltam a campo no domingo para enfrentar o Madureira, às 18h (de Brasília), no Raulino de Oliveira, em Volta Redonda. (GE)