O goleiro Alisson, da seleção brasileira, considerou justo o empate entre Equador e Brasil por 1 a 1 – no estádio Rodrigo Paz Delgado, nesta quinta-feira. O jogador viveu tarde inusitada depois de dois cartões vermelhos anulados pelo árbitro colombiano Wilmar Roldan.
Apesar de tentar se esquivar de comentar sobre a arbitragem, o goleiro do Liverpool considerou as decisões da arbitragem – depois das consultas ao VAR – corretas. E também criticou o estado do gramado. Para ele, “sem condição nenhuma de jogar futebol”.
– Acredito que fiz movimento técnico que tinha de fazer. Nos dois momentos houve choque, mas estava no controle da situação nos dois lances. A bola estava totalmente mais para mim do que para os adversários. Nas duas situações eles se jogam, a minha ação é só visando a bola, e os adversários se jogaram na frente. Nos momentos em que tem contato, sempre se leva em conta quando o jogador tenta tocar na bola e, quando acerta a bola, o jogo segue. Acredito que tomando essa decisão os adversários correram o risco de se machucar, mas em nenhum momento achei que cometi erro e fiz movimento técnico que não tinha de fazer nas duas jogadas – comentou o goleiro.
Alisson elogiou a intervenção do VAR e disse que foi muito difícil controlar os nervos numa partida nervosa e cheio de decisões alteradas pelo árbitro num segundo momento. Ele lembrou que os jogadores tentaram seguir uma espécie de mantra de Tite para serem mentalmente fortes.
– Foi muito difícil se controlar hoje, com certeza. Tite sempre pede para a gente ser mentalmente forte, deixar a arbitragem tomar decisões e ter convicção no nosso trabalho. Mas hoje realmente foi jogo extremamente difícil nesse quesito mental. Acredito que, com razão, nos momentos que tínhamos que questionar a arbitragem, questionamos. E vale ressaltar a importância do VAR. Decisões assim mudam o rumo da partida. Mas acabamos cedendo um gol e não era aquilo que a gente queria. Um gol de bola parada. Mas também serve de aprendizado para seguir trabalhando e melhorar nesse aspecto também – disse Alisson.
“Mania muito feia do futebol sul-americano”
O goleiro também fez comentários sobre a partida e ressaltou a dificuldade da partida. O Equador saiu atrás, mas tentou o gol, principalmente na segunda etapa. Félix Torres marcou de cabeça. No primeiro tempo, Casemiro marcou. Os dois gols saíram de cobrança de escanteio.
– Hoje foi jogo incrivelmente difícil com todas as dificuldades do campo, os lances polêmicos que aconteceram, as escolhas que aconteceram dentro de campo. Não é o resultado que queríamos, mas hoje a gente teve que lutar muito pelo que aconteceu ao redor. O campo dificultou muito nosso trabalho. Mas conseguimos nos adaptar até certo ponto bem. Em alguns momentos conseguimos controlar o jogo, eles buscavam a classificação com muita dedicação, determinação, nos dificultando. O empate acredito que foi resultado justo. Nenhuma das equipes criou situações a ponto de falarmos que foi injusto o resultado – disse Alisson.
O camisa 1 da seleção brasileira voltou a tratar de arbitragem e do clima de reclamação da partida. Ele criticou também a atitude dos próprios jogadores.
– Nós somos uma equipe que gosta de jogar futebol. E acho muito feio isso, é uma mania muito feia do futebol sul-americano. Na Europa a gente vê menos isso. Mas hoje valeu a reclamação, tínhamos a convicção de todos os lances. Das minhas expulsões, do pênalti, até no lance do Daniel Alves e do Raphinha. Mas foi um jogo muito difícil mentalmente e até é uma pena. A gente podia estar falando de situações de jogo, situações técnicas e temos que falar desses assuntos.
O jogador do Liverpool também disse que viveu situação inédita na carreira.
– Nunca tinha acontecido. Primeira vez que acontece isso. Já fui expulso pelo Liverpool, acabei colocando a mão na bola fora da área. Em situações assim o árbitro tem razão e o atleta não deve nem reclamar, deve aceitar a decisão da arbitragem e acredito que foi a primeira vez que tenho conhecimento de que isso aconteceu na história do futebol. Fico feliz pelo VAR, vale ressaltar o uso do VAR no futebol. Se não tivesse VAR hoje, a gente seria penalizado injustamente por situações de dentro de campo. E só falei a verdade, aquilo de que tinha convicção. Nos dois lances eu fui na bola. E eu peguei na bola, isso é evidente para todos – disse. (GE)