A taxa de ocupação dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) para tratar pacientes com Covid-19, na rede pública do Distrito Federal, chegou a 100% nesta terça-feira (25). A alta da ocupação hospitalar ocorre em meio ao aumento de casos do novo coronavírus na capital.
Um levantamento da Secretaria de Saúde, divulgado às 6h25, no portal InfoSaúde, mostra que das 83 vagas, 58 estão ocupadas e 25, bloqueadas. Entre os motivos para o bloqueio de leitos, o sistema da pasta mostra que a maioria é por “insuficiência de recursos humanos”. Além disso, “manutenção predial” aparece na lista. Os dados incluem o total de vagas para adultos e crianças.
Com vagas esgotadas, começa a surgir fila de pessoas que aguardam por um leito na capital. Até as 8h desta terça, 10 pacientes estavam na lista de espera por uma vaga na rede de saúde pública. A taxa de transmissão do novo coronavírus está em 2,24, o que indica avanço da pandemia.
Em nota, a Secretaria de Saúde disse que “está tomando todas as providências para aumentar a oferta de leitos gerais na rede pública do DF”. A pasta disse que, entre as medidas tomadas, estão a ampliação da jornada de trabalho de servidores e contratação de mais leitos.
“Estamos organizando o desbloqueio dos leitos que foram bloqueados por força de trabalho reduzida e realizando a mobilização de leitos de enfermaria que auxiliam no giro destes leitos de UTI”, disse a secretaria.
Na rede privada, há mais disponibilidades de leitos: a taxa de ocupação está em 59,50%. Das 137 vagas, 72 estão ocupadas, 51 vagas e 14 bloqueadas.
Esta não é a primeira vez que a taxa de ocupação chega a 100% na capital. A mesma situação foi registrada em 8 de março do ano passado, no entanto, eram 285 leitos de UTI exclusivos para tratar pacientes com Covid-19.
Ibaneis anuncia novos leitos
Com a alta da taxa de ocupação, o governador Ibaneis Rocha (MDB) anunciou, nesta segunda-feira (24), abertura de novas de UTI. Segundo o chefe do Executivo, o Hospital Regional de Samambaia (HRSam) passa a atender pacientes com Covid-19, exceto pela maternidade.
“Três UTIs, com 27 leitos, foram todas convertidas para o combate à doença, assim como 40 leitos de enfermaria no hospital que construímos ao lado e mais sete no prédio principal”, afirmou.
Ainda de acordo com o governador, também será ampliado, de 26 para 37, o número de leitos de enfermaria no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) para pacientes com Covid.
Durante o anúncio, Ibaneis disse ainda que será retomada a vacinação no modelo drive-thru. O ponto será na Unidade Básica de Saúde 1, na Asa Sul, e funcionará das 18h às 22h (clique aqui e veja onde se vacinar).
Aumento de casos
Apenas nesta segunda (24), o Distrito Federal registrou 6.976 novos casos conhecidos de Covid-19 e mais 4 mortes pela doença. Esse é o recorde de infecções confirmadas em um só dia e leva em consideração dados referentes ao cumulado entre sábado (22) e segunda.
Desde o início da pandemia, 11.143 pessoas morreram e 568.433 foram infectadas em Brasília – 92,4% dos doentes estão recuperados, segundo a pasta.
A taxa de transmissão do vírus está em 2,24. Na sexta-feira (21), era 2,61. O número atual aponta que cada 100 infectados podem contaminar outras 224 pessoas, e indica forte avanço do vírus.
A semana passada teve o maior número de infecções desde o início da pandemia no DF. Segundo levantamento feito pela TV Globo, foram 20.205 em cinco dias, uma média de 4 mil a cada 24 horas.
Com o avanço da Covid-19, o governo retomou medidas de prevenção do novo coronavírus, como proibição das pistas de danças e aglomerações, volta do uso obrigatório de máscaras em ambientes ao ar livre e proibição de eventos com cobranças de ingresso.