A economia da China se recuperou em 2021, registrando a maior taxa de crescimento em uma década, mas o resultado do 4º trimestre do ano mostrou desaceleração frente ao 3º trimestre, de acordo com os dados da Agência Nacional de Estatísticas divulgados nesta segunda-feira (17)
O Produto Interno Bruto (PIB) da segunda maior economia do mundo cresceu 8,1% em 2021, a maior expansão desde 2011. O resultado ficou bem acima da meta do governo de “acima de 6%” e do crescimento de 2020, que foi revisado para de 2,2% – taxa mais fraca em 44 anos.
A forte expansão em 2021 foi impulsionadas por exportações robustas. A China é o maior parceiro comercial do Brasil e registrou superávit comercial recorde no ano passado.
No 4º trimestre, a expansão em ritmo anual foi de 4%, após uma alta de 4,9% no 3º trimestre, em meio a sinais de enfraquecimento do consumo e de desaceleração do setor imobiliário. O resultado veio acima do esperado mas ainda no ritmo mais fraco desde o 2º trimestre de 2020.
Frente aos 3 meses anteriores, o PIB cresceu 1,6% no 4º trimestre, ante expectativas de um aumento de 1,1% e após uma expansão de 0,7% no 3º trimestre, mostraram os dados oficias pouco depois de o banco central agir para impulsionar a economia com um corte na taxa de empréstimo pela primeira vez desde o início de 2020.
“No momento, a pressão de baixa sobre a economia da China ainda é relativamente grande, e o crescimento do emprego e da renda é limitado”, disse Ning Jizhe, chefe da agência, segundo informou a agência Reuters.
Corte na taxa de empréstimo
A economia da China começou 2022 com força, mas economistas projetam que o crescimento vai desacelerar nos próximos meses.
O banco central cortou inesperadamente os custos de seus empréstimos de médio prazo pela primeira vez desde abril de 2020, levando alguns analistas a esperar mais afrouxamento da política monetária este ano para proteção contra o crescente risco de calote das incorporadoras.
O Banco do Povo da China informou que vai reduzir a taxa de juros sobre 700 bilhões de iuanes (US$ 110,19 bilhões) em empréstimos de seu instrumento de médio prazo de um ano (MLF, na sigla em inglês) para algumas instituições financeiras em 10 pontos básicos, de 2,95% para 2,85%.
“Esperamos que o suporte impeça o crescimento de cair abaixo de 5% de forma significativa em 2022. Isso inclui o corte do MLF (instrumento de empréstimo de médio prazo) hoje. De forma mais geral, projetamos fortes gastos com infraestrutura, crescimento robusto do crédito e suporte para o setor imobiliário este ano”, disse Louis Kuijs, chefe de economia da Ásia da Oxford Economics.
O presidente da China, Xi Jinping, afirmou nesta segunda-feira que seu país está totalmente confiante em relação a seu desenvolvimento econômico e que a força geral da economia é sólida.
A China continuará com reformas e sua abertura, acrescentou Xi durante discurso na conferência virtual Davos Agenda do Fórum Econômico Mundial. O evento anual acontece online novamente devido à pandemia de coronavírus.