O Brasil ainda é o país que mais movimenta o mercado de transferências internacionais de jogadores de futebol. Mas os valores envolvidos nas negociações de atletas brasileiros caíram pelo terceiro ano seguido. Pela primeira vez desde 2012, quando a Fifa passou a publicar seu relatório anual, o mercado gastou mais dinheiro com jogadores de outro país que não o Brasil – a França.
A Fifa divulgou nesta sexta-feira a edição 2021 de seu relatório. Como consequência da pandemia, o mercado encolheu pelo segundo ano seguido. Foram gastos US$ 4,865 bilhões (R$ 27 bilhões), uma queda de 13,6% em relação a 2020. Na comparação com 2019, último ano antes, a queda é de 33,8%.
O Brasil é disparado o país que mais movimenta o mercado mundial: 1.749 transferências, entre saídas e chegadas, quase o dobro da Argentina (896) e da Inglaterra (820), que completam o pódio. O relatório da Fifa só leva em consideração transferências internacionais – não entram na conta, por exemplo, negociações como a de Jack Grealish do Aston Villa para o Manchester City.
Mas o valor total dos jogadores brasileiros caiu vertiginosamente. Em 2021, esse valor foi de US$ 468,4 milhões (R$ 2,6 bilhões), uma queda de 36% em relação aos US$ 734 milhões de 2020. Mas em 2017 e em 2018 os jogadores brasileiros movimentaram mais de US$ 1 bilhão. Hoje esse ranking é liderado pela França, com US$ 643,6 milhões – ou R$ 3,56 bilhões.
Na lista das 10 transferências mais caras do último ano, não há nenhum brasileiro:
- Romelu Lukaku, da Inter de Milão para o Chelsea
- Jadon Sancho, do Borussia Dortmundo para o Machester United
- Achraf Hakimi, da Inter de Milão para o PSG
- Raphael Varane, do Real Madrid para o Manchester United
- Tammy Abraham, do Chelsea para a Roma
- Ibrahima Konaté, do RB Leipzig para o Liverpool
- Martin Odegaard, do Real Madrid para o Arsenal
- Amad Diallo, da Atalanta para o Manchester United
- Eduardo Camavinga, do Rennes para o Real Madrid
- Bryan Gil, do Valencia para o Tottenham
Como se pode notar por essa lista, os clubes ingleses são os maiores gastadores. Ao longo de 2021, investiram US$ 1,386 bilhão em contratações internacionais (R$ 7,67 bilhões), mais que o dobro de italianos (US$ 667,7 milhões) e franceses (US$ 551,8 milhões). Em seguida aparecem Alemanha, Espanha, Bélgica, Estados Unidos, Rússia, Turquia e Portugal.
O relatório da Fifa também deixa evidente a vocação dos clubes sul-americanos: formar jogadores e vendê-los. Os times da América do Sul venderam 2.578 jogadores em 2021 e contrataram 2.297. A diferença entre o que arrecadaram e o que gastaram é brutal. Os clubes faturaram US$ 554 milhões (R$ 3,07 bilhões) e gastaram sete vezes menos – US$ 77,3 milhões (ou R$ 428 milhões). (GE)