A explosão de casos de Covid-19 provocada pela variante Ômicron obrigará a CBF a endurecer os seus protocolos sanitários. Em meio aos resultados positivos durante as reapresentações de jogadores em diversos clubes, a entidade busca soluções para assegurar o retorno de modo seguro a todos os atletas e comissões técnicas em 2022.

O anúncio oficial das novas medidas deve ser feito nas próximas semanas, mas o Jogada10 obteve informações exclusivas sobre a alteração no protocolo. A principal delas será a volta da exigência obrigatória da realização de testes de RT-PCR, classificado como o mais preciso, para torcedores.

Atualmente, a CBF exige testagens com antecedência de 72 horas para pessoas que não tiveram Covid e não desenvolveram anticorpos e para quem testou positivo no exame PCR ou que tenha anticorpos em um intervalo superior a seis meses.

No fim da temporada passada, ainda sem a variante Ômicron, bastava ao torcedor comprovar que estava completamente vacinado contra a Covid para entrar nos estádios. Em 2022 a testagem também será obrigatória.

Chefe da comissão médica e coordenador do protocolo nacional da CBF, Jorge Pagura, em entrevista exclusiva ao Jogada10,  reconheceu que o momento é de recuar, enfatizando a necessidade de uma cartilha mais rigorosa em meio a um cenário ainda desconhecido.

“Estamos observando o impacto no Brasil assim como em outros países, onde torneios estão em andamento e com a presença de público. NBA e NFL são alguns exemplos. Analisamos não apenas o futebol mas como a situação se comporta em relação a esse novo quadro pandêmico, já que se trata da mesma variante. Seguramente nossos protocolos mudarão”, afirmou.

Capacidade de público nos estádios será avaliada

Outra mudança prevista no protocolo é a isenção de testagens para jogadores e funcionários vacinados e com alguns níveis de anticorpos, que deve sofrer queda nos números. A porcentagem da presença de público nos estádios ainda será avaliada de acordo com o posicionamento de autoridades públicas.

“A isenção de testes também mudará. Terminamos a temporada passada muito tranquilos e os números subiram para quase 50% em dezembro de testes positivos. O novo protocolo será mais exigente até porque o atual não funciona mais e a realidade agora é de uma outra variante”, explicou Pagura, que também é presidente da Comissão Nacional de Médicos de Futebol.

“Há a possibilidade de elaborarmos um passaporte vacinal único para os jogadores. Neste caso, um banco de dados confirmaria se o atleta está corretamente imunizado e, assim, apto para competir. Os testes antígenos também serão reforçados”, completou.

Pagura reforçou o que apontam os dados do Ministério da Saúde ao afirmar que as características da ômicron divergem das cepas anteriores.

“A Ômicron é menos letal, porém é muito mais transmissível do que as outras variantes. Nosso foco é trabalhar nesse novo protocolo para garantir as melhores condições a todos”, disse. (Jogada 10)