Estudo da Faculdade de Medicina da USP publicado neste início de ano demonstrou que indivíduos que praticam exercícios de forma regular têm uma melhor resposta imunológica quando recebem a vacina contra a Covid-19. A pesquisa, chamada “Atividade física associada a maior persistência de anticorpos seis meses após a segunda dose de Coronavac em pacientes com doenças reumáticas autoimunes”, foi realizada em pacientes que, por terem doenças autoimunes, necessitam de tratamentos que diminuem sua resposta imunológica natural, os tornando menos responsivos às vacinas contra o SARS-CoV-2 (novo coronavírus). A análise é de Luis Fernando Correa para o Globo Esporte. Confira:
Na população em geral, a proteção obtida pelas vacinas se esvai em alguns meses, e nesses pacientes imunocomprometidos essa diminuição é mais intensa e precoce.
Especialistas em Fisiologia do Exercício e Medicina do Esporte compararam a resposta vacinal em seis meses dos pacientes e cruzaram essa resposta com os dados de atividade física dos pacientes. Foram estudados 748 pacientes, que foram classificados, a partir das respostas a um questionário padronizado, em sedentários ou ativos. Além disso, outros fatores que poderiam atrapalhar a análise foram registrados e levados em consideração.
Aqueles que mantinham pelo menos os 150 minutos de atividade física semanal recomendada apresentavam níveis de anticorpos neutralizantes (capazes de combater o vírus) muito maiores do que os apresentados pelos sedentários.
Isso mostra que manter uma atividade física regular não só protege de problemas cardiológicos e outras doenças crônicas como diabetes e hipertensão, mas traz também a produção de substâncias capazes de modular a resposta imunológica de defesa de nosso corpo.
Essa é a mensagem dos médicos que estão acompanhando esses pacientes. Além de tomar a vacina contra o coronavírus, cabe a cada um de nós cuidar de nossa imunidade com o remédio mais simples que existe: pelo menos 150 minutos de atividade física por semana. (Luis Fernando Correa/GE)