Mirando sua artilharia ao Ministério Público Estadual (MPE), o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) questionou as acusações feitas contra sua esposa Márcia Pinheiro, que a pedido da Procuradoria Geral de Justiça (PGJ) proibiu a primeira-dama – acusada de comandar a ‘organização criminosa’ juntamente com o emedebista – de frequentar a Prefeitura de Cuiabá.

Na decisão, o desembargador Luiz Ferreira da Silva, do Tribunal de Justiça (TJMT), afirmou que durante a deflagração da Operação Capistrum, verificou-se que a sala ocupada pela ex- secretária-adjunta de Governo e Assuntos Estratégicos, Ivone de Souza, foi denominada de Núcleo de Apoio à Primeira-dama. No entendimento do magistrado, com base nas informações do MPE, apesar de Márcia não ocupar qualquer cargo público, ela atuava ativamente na gestão do município, dando ordens aos secretários e servidores.

Mas, de acordo com Emanuel, a sala em questão foi criada em 2014, na gestão de seu antecessor Mauro Mendes (DEM), para atender a então primeira-dama Virginia Mendes.

“Uma das coisas que mais me incomodaram nessa ilação do Ministério Público é a afirmação de que existia no 7º andar havia uma sala nomeada como Núcleo de Apoio à Primeira-dama. Nem filme de terror assustaria tanto. Estou indignado, não merece levar em consideração esse tipo de ilação para agredir a mim, minha história e família. Não tem outra forma de me expressar”, disse, nesta quarta-feira (01), durante coletiva à imprensa.

“Quem leu a acusação, imagina que se criou uma sala da maldade para fazer a organização criminosa de emprego público e deram o nome de Núcleo da Apoio à Primeira-dama. MPE, pelo amor de Deus, nem a lei vocês tiveram o interesse de me atacar. É a vontade de me destruir e atacar”, completou, ressaltando que a sala é a mesma que foi criada por Mauro.

 

Por fim, Emanuel reforça que a PGJ induziu o desembargador Luiz Ferreira ao erro. “Para me atacar agora está valendo chutar a caneta, baixar o nível e atingir a minha esposa? O MPE é fiscal da lei e não viu isso. Tinha que vir com maldade, induzindo um desembargador sério, como Luiz Ferreira?! É a mesma sala, com o mesmo nome, até porque é lei”.

As declarações de Emanuel foram feitas em sua primeira coletiva após retorno ao cargo, realizado no dia 26 de novembro. Ele e sua esposa foram alvos da Operação Capistrum em 19 de outubro, por supostas irregularidades em contratações de temporários e pagamento do prêmio saúde.