Um jogaço nesta sexta-feira coloca em disputa a permanência na Série A em 2022: o Bahia, com probabilidade de 60% de seguir na elite, recebe o Grêmio, que está com potencial de 18%. No sábado, o São Paulo que está em 97% de chances de ficar na Série A, recebe o Sport, que busca ampliar seus 3% de chances, mas desde 2006, como visitante não conseguiu derrotar a equipe paulista pelo Brasileirão. Muitas emoções. E a cada rodada, tudo muda, por isso, apresentamos as chances de as equipes terminarem o Brasileirão em cada colocação.
No quadro abaixo, a primeira linha apresenta a probabilidade percentual de cada time ser campeão. Isso variada a cada rodada, dependendo da combinação entre os resultados de cada time. A segunda linha mostra a chance de os times terminarem a competição na segunda posição e assim sucessivamente, até chegar nas últimas três linhas da tabela, que mostram o potencial de ficarem entre os quatro e os seis primeiros, conseguindo uma vaga na Libertadores 2022 de forma direta ou indireta (via fases eliminatórias), além da probabilidade de um time terminar o campeonato entre os 16 que prosseguirão na Série A no ano que vem. Quem chega a 100% na última linha, elimina o risco de rebaixamento.
— Foto: Bruno Imaizumi/Espião Estatístico
Favoritismos apresenta também o potencial que cada time carrega para a rodada #34 do Brasileirão comparando o desempenho nos últimos 60 dias como mandante ou visitante em todas as competições e também nos últimos seis jogos independentemente do mando. Também são consideradas as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro. Os cálculos referentes à influência de bolas altas e de troca de passes rasteiros entre gols marcados e sofridos só consideram as características dos gols marcados em jogadas. Gols olímpicos, cobranças de pênaltis e de faltas diretas não contam para determinar a influência aérea ou rasteira entre os gols por serem cobranças feitas diretamente para o gol. Em parceria com o economista Bruno Imaizumi, analisamos 82.485 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.383 jogos de Brasileirões desde 2013 que servem de parâmetro para medir a produtividade atual de cada equipe a partir da expectativa de gol (xG), métrica consolidada internacionalmente (veja a metodologia no final do texto).
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Bahia
- Um confronto para definir quem terá mais chances de se manter na Série A em 2022, reúne duas defesas que não vêm suportando pressões e um ataque com baixíssima eficiência. O Grêmio é o terceiro visitante que menos sofre finalizações (11,9), mas, ao mesmo tempo, a defesa menos resistente a pressões, com um gol sofrido a cada 8,1 conclusões contrárias. O Bahia é o 13º mandante em finalizações sofridas (10,9) e está com a quinta menor resistência mandante, com um gol sofrido a cada 9,7 conclusões contrárias. Nesse jogo de ineficiências, o Grêmio é o sexto visitante em finalizações (12,4), mas tem a pior eficiência, com um gol marcado a cada 17,5 conclusões. O Bahia é o nono mandante que mais finaliza (13,6) e tem a oitava eficiência, com um gol marcado a cada 10,9 tentativas. O Bahia tem a 14ª campanha mandante (6 V, 5 E, 5 D, 48%), com o 11º ataque (média 1,25), mas com a quarta pior defesa caseira (1,13). O Grêmio é o segundo pior visitante do Brasileirão (4 V, 0 E, 13 D, 24%), com o 13º ataque (13 gols, média 0,76) e a segunda pior defesa visitante (26 gols sofridos, média 1,53). Há sete jogos que o Bahia não perde em casa, alternando vitórias com empates (3 V, 4 E, 62%). Nos últimos sete jogos como visitante, o Grêmio teve 1 V e 6 D (14%).
*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Atlético-GO
Até o fechamento desta edição, o jogo estava adiado porque a arbitragem e o Atlético-GO não conseguiram pousar em Chapecó. Os dois times têm encontrado mais sucesso em trocas de passes, a Chapecoense com seis feitos e sofridos dessa forma, e o Atlético-GO, com sete. A Chapecoense é a pior mandante do Brasileirão (0 V, 6 E, 11 D, 12%); a equipe goiana é a sétima visitante (5 V, 4 E, 8 D, 37%). São duas das quatro equipes que mais sofreram gols em contra-ataques (8 e 9), mas duas das três que menos fizeram gol assim (1 e 3). Chapecoense é o segundo ataque mandante que menos finaliza (11,2), com a segunda pior eficiência, um gol em 15,9. O Atlético-GO é o quatro ataque visitante que menos conclui (9,1), com a 13ª eficiência, um gol em 12,9. A Chapecoense é a defesa caseira que mais sofre finalizações (14,8), com a segunda menor resistência, um gol em 8,7. O Atlético-GO é o visitante que mais sofre finalizações (16,8), mas com a quarta maior resistência, um gol sofrido a cada 13,6 conclusões contrárias.
Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Bragantino
O Bragantino vai precisar de atenção aos contra-ataques porque já sofreu oito gols assim (segunda pior marca), três quando mandante, e o América-MG já marcou sete em contragolpes (terceira maior marca), cinco quando visitante. Vai ser interessante acompanhar a dinâmica dessa partida, a primeira do Bragantino após perder a final da Copa Sul-Americana para o Athletico-PR por 1 a 0. O América-MG marcou sete dos últimos dez gols a partir de bolas aéreas (quatro dos últimos cinco), mas o Bragantino só sofreu dois assim. A equipe paulista marcou pelo alto metade dos últimos dez gols (cinco dos últimos seis), mas ainda que o América tenha sofrido metade dos últimos dez gols pelo alto, só levou um dos últimos seis assim. O Bragantino é o 12º mandante (6 V, 8 E, 3 D, 51%); o América-MG é o nono visitante (4 v, 6 E, 7 D, 35%). Embora seja o quinto mandante que menos finaliza (12,2), o Bragantino tem a terceira maior eficiência, um gol a cada 8,6 tentativas. O América-MG é o quinto visitante em finalizações (12,9), com a décima eficiência (12,2). Deve ser um jogo com muitas finalizações porque o Bragantino é o segundo mandante que mais sofre ataques (12,9), com a décima resistência, um gol a cada 11,6 conclusões contrárias. O América é o oitavo visitante em finalizações sofridas (12,8), com a segunda menor resistência, um gol sofrido em 8,7.
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> São Paulo
Outra partida entre equipes que lutam para se manter na Série A em 2022. De 2006 em diante, o Sport quando visitante simplesmente ainda não conseguiu vencer o São Paulo: foram oito vitórias paulistas e dois empates em dez jogos. A tendência é um jogo para poucas finalizações. Embora o Sport seja o segundo visitante que mais sofre finalizações (16,6), com a segunda maior resistência, um gol em 14,1 conclusões contrárias, o São Paulo é o quarto mandante que menos finaliza (11,8), com a quarta pior eficiência (15,4). O Sport é o sexto visitante que menos finaliza (9,6), com a segunda pior eficiência forasteira, um gol em 16,3. E o São Paulo é o mandante que menos sofre finalizações (8,7), com a 12ª resistência, um gol em 10,6. O jogo do São Paulo é rasteiro, com apenas três gols pelo alto, mas o Sport sofreu oito dos últimos dez a partir de bolas aéreas. A equipe pernambucana fez seis dos últimos dez assim, e o São Paulo sofreu metade dos últimos dez de cada forma e precisará de cuidado com as bolas altas do Sport. O São Paulo é o quarto pior mandante (5 V, 9 E, 3 D, 47%); o Sport é o terceiro pior visitante (3 V, 4 E, 10 D, 25%).
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Corinthians
O Corinthians defende uma invencibilidade de dez jogos sem derrota como mandante (8 V, 2 E, 87%), com sete vitórias consecutivas em casa. Nos últimos dez jogos como visitante, o Athletico-PR vem de 5 V, 2 E, 3 D, 57%. Equipes têm uma característica ofensiva em comum: finalizam pouco, mas com alta precisão. O Corinthians é o sexto mandante que menos finaliza (12,5), com a quarta maior eficiência, um gol em 9,3 finalizações. O Athletico-PR é o quinto visitante que menos conclui (9,2), com a segunda maior eficiência, um gol em 9,2 tentativas. O Corinthians é o décimo mandante em finalizações sofridas (10,7), com a 11ª resistência, um gol sofrido a cada 10,7 conclusões sofridas. O Athletico-PR é o quinto visitante que mais sofre finalizações (15,2), com a oitava resistência, um gol sofrido a cada 12,3 conclusões contrárias. O Athletico-PR fez 33 finalizações após um desarme no ataque, e o Corinthians, 13 (menor marca). Fizeram um gol cada nesses lances. O Corinthians tem a sexta campanha mandante (9 V, 4 E, 4 D, 61%), com o sexto ataque (1,41) e a 11ª defesa (1,00). Campeão da Sul-Americana, o Athletico-PR busca a provável permanência na Série A: é o 11º visitante (5 V, 2 E, 10 D, 33%), com o sexto ataque forasteiro (1,00) e a 12ª defesa (1,29). O jogo tem potencial para gol aéreo do Athletico-PR, que fez assim seis dos últimos dez e 11 dos últimos 15 gols. O Corinthians só levou quatro dos últimos dez em bolas altas, mas três dos últimos quatro. A equipe paulista fez metade pelo alto e metade por baixo. O Athletico só levou um dos últimos seis gols pelo alto.
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Atlético-MG
O Atlético-MG estabeleceu um novo recorde de vitórias consecutivas (14) quando mandante em Brasileirões. Como o título ainda não foi conquistado, por tabela pode ampliar esse recorde histórico. Nos últimos 14 jogos como visitante pelo Brasileirão, o Fluminense tem 4 V, 1 E, 9 D, 31%. O Atlético-MG é o melhor mandante do Brasileirão (15 V, 1 E, 1 D, 90%), com o melhor ataque mandante (2,12) e a melhor defesa (0,53). O Fluminense é o 13º visitante (4 V, 4 E, 9 D, 31%), com o 13º ataque (0,76), e a oitava defesa forasteira (1,18). A equipe carioca vai precisar de atenção ao guardar sua área porque já teve sete pênaltis marcados contra (terceira pior marca), e o Atlético-MG já teve nove apitados a seu favor (maior marca). Foram cinco pênaltis a favor do Fluminense (oitava marca) e quatro contra o Atlético-MG (sexta melhor marca defensiva). Sétimo mandante em finalizações (14,2), o Atlético-MG tem o ataque mandante mais eficaz, com um gol a cada 6,7 tentativas. O Fluminense é o 14º visitante em finalizações (9,6), com o quinto pior aproveitamento, um gol a cada 13,7 tentativas. O Flu deve encontrar dificuldades porque o Atlético-MG é o segundo mandante que menos sofre finalizações (8,8) e ainda consegue a segunda maior resistência, um gol sofrido a cada 18,8 conclusões contrárias. O Fluminense é o sexto visitante que menos sofre finalizações (12,5) e tem a 11ª resistência forasteira, com um gol sofrido a cada 11,2 conclusões contrárias.
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Internacional
- De 2006 em diante, o Santos como visitante só venceu dois de 14 jogos contra o Internacional, o último em 2013. Foram seis vitórias do Inter e seis empates. Agora, o Inter é o nono mandante (8 V, 5 E, 4 D, 57%); o Santos é o terceiro pior visitante (2 V, 7 E, 8 D, 25%). São duas das quatro equipes mais punidas com amarelos (97 a 87 para jogadores). O Santos já teve oito pênaltis marcados contra (pior marca), e o Inter, seis a favor (quinta maior). Foram oito a favor do Santos (terceira maior) e cinco contra o Inter (nona marca). O Internacional é o 12º mandante em finalizações (13,0), mas tem a segunda maior eficiência, um gol em 8,2. O Santos é o oitavo visitante em finalizações (11,2), com a terceira pior eficiência, um gol em 15,8 tentativas. O Inter é o 12º mandante em finalizações sofridas (10,8), com a sexta menor resistência, um gol sofrido em 9,7. O Santos é o nono visitante em finalizações contrárias (13,1), com a terceira menor resistência forasteira, um gol em 8,9. Os times fizeram e sofreram seis dos últimos dez gols em jogadas rasteiras, com exceção do Santos, que levou seis pelo alto.
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Flamengo
Jogo vai ser na terça-feira, o primeiro do Flamengo após a final da Libertadores. O Flamengo é o segundo melhor mandante do Brasileirão (12 V, 1 E, 4 D, 73%), com o terceiro melhor ataque caseiro (1,71) e a quinta defesa (0,76). O Ceará é o terceiro pior visitante (1 V, 10 E, 6 D, 25%). O Ceará sofreu seis gols em contra-ataques (nona marca), quatro quando visitante, e o Flamengo já fez 11 gols assim (maior marca), quatro quando mandante. O Flamengo é o segundo mandante que mais finaliza (15,9), com a sexta eficiência, um gol em 9,6. O Ceará é o 13º em finalizações sofridas (13,7), com a 12ª resistência. um gol sofrido em 11,1. O Flamengo é o terceiro mandante que menos sofre finalizações (8,9), com a nona resistência, um gol sofrido em 11,7. O Ceará tem o 11º ataque visitante (10,1), com a 11ª eficiência, um gol em 12,3. jogo para troca de passes: sem contar a final da Libertadores, Flamengo fez e levou seis assim, e o Ceará, sete.
*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Palmeiras
- O jogo será na terça-feira, o primeiro do Palmeiras após a final da Libertadores. O Cuiabá é o quarto pior mandante do Brasileirão (6 V, 6 E, 5 D, 47%), com o quinto pior ataque (0,94) e a 11ª defesa (1,00). O Palmeiras é o terceiro melhor visitante (8 V, 2 E, 7 D, 51%). Jogo com potencial para gol em contra-ataque: o Cuiabá marcou cinco (13º), dois em casa, e sofreu oito (segunda pior marca), seis em casa. O Palmeiras marcou oito (segunda marca), quatro fora, e sofreu sete (14ª), três quando visitante. O Cuiabá é o 12º mandante (13,0), com a sexta pior eficiência, um gol em 13,8. O Palmeiras é o nono visitante (13,1), com a terceira maior resistência, um gol sofrido em 13,9. No ataque, o Palmeiras é o sétimo visitante em finalizações (11,4), com a quarta maior eficiência, um gol em 9,7. O Cuiabá é o sexto mandante em finalizações sofridas (9,8), com o 13º aproveitamento, um gol em 9,8. Dos últimos dez gols, o Cuiabá fez e levou seis pelo alto; o Palmeiras, em trocas de passes fez quatro e sofreu um, sem contar a final da Libertadores.
Fortaleza x Juventude
A partida será disputada apenas no dia 3 de dezembro. Antes disso, em 30 de novembro, o Juventude enfrenta o Bragantino.
Resultado
Favoritismos acertou 164 dos 330 jogos analisados, aproveitamento de 50%.
Metodologia
Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 82.485 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.383 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013. Consideramos a distância e o ângulo da finalização, além de características relacionadas à origem da jogada (por exemplo, se veio de um cruzamento, falta direta ou de uma roubada de bola), a parte do corpo utilizada, se a finalização foi feita de primeira, a diferença de valor mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização.
Para esta edição do Brasileirão, o desempenho de um jogador passa a ser comparado com a média para a posição dele, seja atacante, meia, volante, lateral ou zagueiro, e passamos também a considerar o que se esperava da finalização se feita com o “pé bom” (o direito para os destros, o esquerdo para os canhotos) e para o “pé ruim” (o oposto). Foram identificados os ambidestros, que chutam aproximadamente o mesmo número de vezes com cada pé.
De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo.
O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo intervalo de tempo (o jogo). Para chegar às previsões sobre as chances de cada time terminar o campeonato em cada posição foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.
Favoritismos está apresentando também gráficos com a evolução da média móvel em cinco jogos da expectativa de gol (xG) de cada equipe no ataque e o acumulado do que fizeram seus adversários nessas partidas. Para os gráficos, a cada cinco jogos é feita uma média móvel, que é representada pelas linhas de ataque (preta) e defesa (vermelha, que na verdade é quanto o adversário somou em xG em cada jogo). É uma forma precisa de medir o potencial de cada equipe. A linha amarela mostra a diferença entre as produções dos ataques do time analisado e de seus adversários.
*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Bruno Murito, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, Leandro Silva, Mateus Pinheiro, Roberto Maleson e Valmir Storti. (Espião Estatístico/GE)