Técnico do Santos, Fábio Carille foi à sala de imprensa da Vila Belmiro após a vitória sobre o Fortaleza, por 2 a 0, na noite desta quinta-feira, falar sobre o alívio de ter chegado aos 45 pontos no Campeonato Brasileiro. A pontuação ainda não anula totalmente a chance de rebaixamento, mas deixa muito perto.
O técnico evitou dar muitas esperanças sobre a reta final do campeonato, mas citou a possibilidade de começar a sonhar com uma classificação à Copa Sul-Americana.
– Do jeito que chegamos e assumimos o grupo não tenho do que reclamar. Só elogiar a postura desses caras no dia a dia. Mais um jogo de superação, precisamos entender limitações e trabalhar em cima delas. Fazer o grupo entender as dificuldades e jogar em cima delas. Satisfeito com o que está acontecendo. Falta muito pouco para conseguir nosso objetivo. Vamos buscar mais pontos e agora começo a sonhar com uma Sul-Americana. Com 45, matematicamente ainda não estamos livres – disse Carille, em entrevista coletiva.
Durante a entrevista, Carille foi questionado sobre o planejamento para 2022, já que faltam apenas três jogos para o fim do Brasileirão. Embora tenha contrato com o Santos até o final do próximo ano, o técnico disse que ainda não começou a pensar no futuro e quer apenas curtir o presente.
– Não pensei sobre isso. Não falamos sobre isso. Não quis falar. Estou totalmente envolvido com 2021. Muitos me chamaram de louco, conversei com muitos, vim com a cabeça boa para assumir o Santos, sabendo dos problemas, das dificuldades, das mudanças em 11 meses em relação à Libertadores 2020. Subiram muitos garotos. Pessoas próximas, distantes… “Não acredito que você vai pegar”. Peguei, de coração aberto. Vontade de trabalhar. Estou pensando em 2021. Muito mais aliviado. Quem sabe daqui uns dias, o Santos começa a projetar 2022 e assim a gente deixa para os próximos dias – explicou.
Garotos em alta
Naturalmente, o técnico falou sobre a opção por Marcos Leonardo, o craque do jogo com dois gols, colocado em campo no intervalo. Carille admitiu o receio e posteriormente a boa resposta ao apostar em nomes muito jovens. Além de Marcos, de 18 anos, o time teve Ângelo, de 16, e Kaiky, de 17.
– Marcos desde que chegamos no clube está treinando bem, teve convocações neste período, ficando fora. Confesso que sou inseguro de colocar garotos de 16 ou 18 anos neste momento. Sei do talento e do potencial, é pesado o negócio. Não se sabe até que ponto temos o retorno deles, medo de queimar. Todos eles têm treinado bem, me senti à vontade e tranquilo de colocar ele em campo hoje – afirmou.
O Santos é o 11º colocado, com 45 pontos, e tem pela frente jogos contra o Internacional e Flamengo fora de casa e encerra sua participação no Brasileirão contra o Cuiabá, na Vila Belmiro.
Veja outros pontos da entrevista coletiva de Fábio Carille:
Importância da torcida
– A gente não teve aqui ainda uma semana, um período de alívio total. Ganha, perde, empata, euforia e depois preocupação. A torcida desde o jogo contra o São Paulo, apoiando, entendendo, também. Não é apoiar por apoiar. Não é só de uma comissão e diretoria, ela é de todos. Do torcedor, também. Contra o Grêmio, nosso gol saiu aos 92 minutos de jogo, empurrou, persistiu em campo e o torcedor do lado. Passei isso para os jogadores hoje na preleção. Jogo seguro, sem chance para o rival e persistir lá na frente. Só agradecer. Dois jogos agora, Cuiabá com casa cheia para fechar o ano buscando coisas maiores.
Opções táticas da partida
– Não teve estratégia de jogar recuado contra o Corinthians. Quem está aqui no dia a dia, vê o que a gente trabalha e busca o equilíbrio o tempo todo. Não funcionou contra o Corinthians, não ficamos com a bola. Venceu quem foi melhor. O começo do jogo nosso hoje foi muito bom, criando chances. Ângelo criando, Tardelli finalizando. Depois nos perdemos um pouco, com Marinho e Tardelli com dor, preocupado em mexer. É duro. Jogadores que querem e têm qualidade. Não estavam nos ajudando. Fomos prejudicados, mas levei até o intervalo para pensar melhor e mexer. Segundo tempo não estava legal até o lance do pênalti, dificuldades, não chegando tanto. Depois do gol, veio o alívio, não só para o estádio e para nós, mas para os atletas, caminho certo, criando com mais clareza e sabedoria.
Maturidade dos garotos
– O dia a dia vai te dando confiança para muitas coisas. Faltando oito minutos para o fim do primeiro tempo, Tardelli pediu para sair. Marinho começou a mancar. Quis segurar para o intervalo para não perder substituição no segundo tempo. Marinho se colocou à disposição para voltar, é guerreiro, mas não estava nos ajudando. Falei para ele que não dá para jogar com dor na perna. Garotos vêm dando confiança para colocá-los em campo. Esses jovens dando resposta legal, em reta final.
Situações de Tardelli e Marinho
– Com certeza, vão ter que passar por exames. Mas quinta para domingo dificilmente estarão em campo. Não sabemos a gravidade, para que Flamengo e Cuiabá estejam à disposição. Cedo falar de gravidade, mas muito difícil que tenhamos eles no domingo.
Chance de G-8
– Se a gente atingir os pontos da Sul-Americana o quanto antes, nove pontos a disputar, aí a gente começa a sonhar. Só o alívio de ter chego aos 45 pontos… Certeza que 46 não cai. Vai que a gente consiga resultados importantes e quem sabe chegar contra o Cuiabá sonhando com algo melhor. Hoje é o dia de curtir os 45 pontos, acho que ninguém caiu com esses pontos. Mas matematicamente ainda não nos dá o direito de comemorar nada. (GE)